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Sem a consciência de que é preciso levar a sério e tomar o coquetel disciplinadamente, o doente acaba não conseguindo obter resultados satisfatórios. "De longa data sabemos que o sucesso do tratamento depende de medicamentos confiáveis e da fidelidade do paciente", afirma João Mendonça, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia. Segundo ele, com a evolução das drogas, a tendência é que em um futuro próximo a aids possa ser considerada uma doença crônica, como diabete por exemplo, que se tratada pode permitir uma vida normal ao portador. "Estudos mostram que a taxa de adesão necessária para que o tratamento cumpra seu papel precisa ser acima de 95%, menos que isso já representa a possibilidade de desenvolver resistência ao medicamento, um dos grandes problemas enfrentados atualmente", afirma.

Reginaldo Mendes Pereira, 31 anos, descobriu que era portador do HIV em 1989, mas começou o tratamento somente em 1992. Pereira consome atualmente cinco tipos diferentes de drogas, no total são 18 comprimidos ao dia, tomados em horários diferentes. "Já até perdi as contas de quantas vezes tive que mudar a medicação, ou porque os efeitos colaterais são muito incômodos ou porque desenvolvi resistência. Já deixei de tomar os remédios por duas vezes, mas tive recaídas e precisei até que ser internado. Hoje tomo corretamente, sei que é importante", conta o ex-açougueiro que sonha um dia em voltar ao mercado de trabalho.

De acordo com o infectologista Juvêncio Furtado, diretor do Hospital Heliópolis de São Paulo, alguns grupos de portadores costumam apresentar maior resistência em seguir o tratamento, como os usuários de drogas, moradores de rua, pacientes psiquiátricos, entre outros. Furtado explica que é preciso todo um trabalho de assistência para garantir que essas populações cumpram as orientações e tomem as drogas corretamente.

Furtado conta, que pensando em incentivar e reconhecer ações, projetos e métodos que motivem a adesão ao tratamento, a Sociedade Brasileira de Infectologia, em parceria do a Bristol-Myers Squibb está lançando o Prêmio de Incentivo à Prevenção e ao Tratamento de HIV/aids (www.premioaids.com.br). "Trata-se de um estímulo para que atua na área e para futuros projetos que venham a surgir", diz.

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