Cerca de 110 pacientes que atualmente recebem tratamento para leucemia mielóide crônica no Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, correm o risco de ficar sem a medicação. No dia 31 de maio, expira o contrato do hospital com o Ministério da Saúde, referente ao repasse da verba para a compra do medicamento.
Assim como ocorre em todos os casos que envolvem medicações de alto custo, o Ministério cobre somente 80% do custo da droga. O hospital, no entanto, afirma que mesmo com a renovação não teria condições de arcar com a diferença de valores e teme a necessidade de interromper o tratamento por falta de recursos. "O laboratório anunciou a intenção de aumentar em 3,64% o valor da medicação, se isso ocorrer será preciso que o Ministério aumente o repasse proporcionalmente", afirma o diretor do HC, Giovanni Loddo.
O medicamento Glivec (mesilato de imatinibe) é produzido pelo laboratório farmacêutico Novartis e tem um custo mensal que varia de R$ 4.392 a R$ 6.588 por paciente, dependendo da dose indicada. Segundo Loddo, sem o repasse integral, o hospital precisa desembolsar R$ 44.129 mensalmente para cobrir a diferença. "Esse valor é referente apenas ao medicamento, sem contar os custos com consultas, exames e armazenamento", afirma. Segundo ele, o montante anual chegaria próximo a R$ 500 mil.
O tratamento com Glivec é oferecido no hospital desde 2000. Inicialmente eram apenas 15 pacientes. Segundo Loddo, a cada mês três novos pacientes foram sendo incorporados ao grupo. Entretanto, com as dificuldades financeiras, a aceitação de novos pacientes já foi suspensa.
Em uma reunião realizada na segunda-feira, em Brasília, o reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira Júnior, apresentou a situação ao secretário-executivo do Ministério da Saúde, Paulo Curi. Na ocasião, estavam presentes também o diretor do HC, o senador Flávio Arns (PT) e o deputado federal Ângelo Vanhoni (PT). "O Ministério da Saúde precisa se sensibilizar com essa situação. A UFPR e o HC não têm como arcar com esses recursos para a manutenção do tratamento e não teremos outra solução senão interrompê-lo. Mas isso significa a manutenção da vida de um paciente. Estamos fazendo todo o possível para contar com o apoio do Ministério da Saúde", afirmou o reitor.
O Ministério informou, por meio da assessoria de imprensa, que a cobertura é de somente 80% porque se o repasse fosse integral não haveria recursos suficientes para cobrir todos os medicamentos de alto custo. Em relação ao possível aumento de 3,64% anunciado pelo laboratório, o Ministério afirmou que compra as medicações por meio de pregão eletrônico e tem conseguido baixar o preço das medicações.
A doença
A leucemia é um tipo de câncer que acomete o sangue e a medula óssea. A mielóide crônica (LMC) é um dos tipos da doença. É causada por um distúrbio nas células sangüíneas decorrente de uma anormalidade no DNA de células da medula óssea, onde o sangue é produzido. A produção de uma proteína anormal acarreta na multiplicação descontrolada de leucócitos na medula. Essa produção descontrolada caracteriza o câncer.
O único tratamento que pode levar à cura é o transplante de medula óssea, mas existem medicações que apresentam boas respostas. O Glivec é indicado a pacientes crônicos que não respondem a terapia com a medicação tradicional. A droga atua inibindo uma enzima e bloqueando o crescimento acelerado dos leucócitos.
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