Principais problemas
Veja o que a polimedicação pode acarretar:
Intoxicação: acontece quando o paciente toma a medicação acima da dosagem recomendada ou ingere remédios com o mesmo princípio ativo.
Interferência: tomar medicamentos diferentes aumenta a probabilidade de reduzir o efeito individual de cada um.
Subdosagem: a mistura de medicamentos pode resultar em variações na dosagem das substâncias, fazendo com que o tratamento não tenha o efeito pretendido.
Pacientes que precisam tomar mais de cinco remédios ao mesmo tempo fazem pelo menos um uso incorreto dos medicamentos, o que acaba atrapalhando o tratamento das doenças. Dos 548 pacientes curitibanos acompanhados de abril a junho deste ano pelo programa piloto de orientação farmacêutica do Ministério da Saúde, 54% omitiram doses, 34% desistiram do tratamento após alguma melhora, 33% não respeitaram o horário da medicação e 21% fizeram adição de doses que não estavam prescritas. Os dados preliminares foram divulgados nesta sexta-feira (5) pelo Ministério e pela Secretaria Municipal de Saúde. O estudo final só deve ser anunciado em março de 2015.
Durante os três meses, 31 farmacêuticos de 54 unidades de saúde de Curitiba passaram a realizar consultas individuais ou atendimentos domiciliares a idosos e portadores de doenças crônicas que tomam mais de cinco remédios ao mesmo tempo para orientar sobre o uso correto dos medicamentos, já que a polimedicação pode causar intoxicação, reações adversas e interferir no efeito individual de cada remédio. A farmacêutica Beatriz Patriota, coordenadora da atenção farmacêutica no programa Saúde da Família de Curitiba, explica que o profissional senta com o paciente e esclarece para que servem os medicamentos e como eles devem ser ingeridos. Em caso de conflito entre as fórmulas, o farmacêutico entra em contato com os médicos responsáveis para discutir como harmonizar os remédios.
Agora o plano do Ministério é levar esse serviço a todos os municípios do país para reforçar o atendimento ao paciente. Por isso foram lançadas três cartilhas com orientações para as cidades e os profissionais que queiram implantar o programa de cuidado farmacêutico. "O serviço otimiza o atendimento e gera uma economia para o sistema. Ao invés do paciente precisar agendar outra consulta com o médico só para tirar dúvidas sobre a medicação, ele poderá conversar com o farmacêutico para esclarecer suas dificuldades, o que libera espaço na agenda dos médicos", defende José Miguel do Nascimento Júnior, que atualmente dirige o Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério.
O médico clínico do Hospital de Clínicas Niazy Ramos Filho, que também leciona Medicina na Universidade Federal do Paraná (UFPR), avalia que a implantação do serviço farmacêutico é um avanço. "O atendimento ao paciente tem que ser encarado de forma multidisciplinar e todos os diferentes profissionais da saúde podem colaborar para isso", garante Ramos Filho. O especialista lembra que cada médico costuma receitar remédio para um determinado problema de saúde, mas raramente as diferentes especialidades conversam entre si para averiguar os efeitos da combinação das medicações. "É aí que entra o papel do farmacêutico", frisa.
A categoria dos farmacêuticos celebra o reconhecimento da profissão e destaca que, sem querer usurpar as competências médicas, o atendimento farmacêutico vai ajudar a desafogar o serviço médico. "O projeto redefine o papel do farmacêutico. Ele sai da sua zona de conforto, do trabalho mais administrativo de gerenciar os remédios, e passa a interagir com o paciente", diz o vice-presidente do Conselho Federal de Farmácia Valmir De Santi.
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