Quem precisou de atendimento nas unidades de saúde de Curitiba no dia seguinte ao Natal teve de exercitar a paciência. Na Unidade de Saúde (US) 24 horas do Campo Comprido, a espera pelo atendimento chegou a ultrapassar cinco horas. Em outras unidades de atendimento de emergência, o tempo médio de espera foi de três horas.
A dona de casa Diva Batista de Farias, 74 anos, esperou quatro horas para ser atendida na US do Campo Comprido. Ela tem diabete e sentia tontura e enjôo. Outra dona de casa, Eliane Regina Tomazi, 36 anos, esperava desde as 8h30 por atendimento. Mesmo sentindo fortes dores nas costas, ocasionadas, segundo ela, por cálculo renal, não havia sido atendida até as 14 horas quando a reportagem esteve no local. "Estou esperando há mais de cinco horas e não tem previsão de atendimento", afirma.
Grávida de um mês e meio, a balconista Silmara Brasil Ramos, 27 anos, esperava havia duas horas quando foi entrevistada pela Gazeta do Povo, na US 24 horas do Boa Vista. Ela sentia tontura e enjôo. No mesmo local, com dores e inchaço nas pernas, o pintor Lindolfo Antônio Pereira, 42 anos, esperava havia quatro horas para a consulta. "Eu pago impostos, tenho direito de ser atendido", reclamou.
A dona de casa Divair Teixeira dos Santos, 46 anos, montou um esquema de revezamento com o marido para que pudessem acompanhar o filho deles Diogo Teixeira Santos, 16 anos, na espera pelo atendimento médico na US do Campo Comprido. O rapaz estava com febre e dor na garganta. "Meu marido veio às 11h30 trazer o Diogo e foi trabalhar. Aí eu vim para ficar até ele ser atendido, o que deve ocorrer por volta das 18 horas", contou Divair.
De acordo com o diretor do sistema de urgência de Curitiba, Matheos Chomatas, a espera pelo atendimento médico na US 24 horas do Campo Comprido única unidade com problema, segundo ele bateu recordes ontem por uma confluência de fatores, que ocasionou um aumento na demanda em cerca de 40%.
Esses fatores, segundo ele, foram: o dia seguinte ao Natal, fechamento para reforma de uma unidade próxima (US 24 horas do Fazendinha), fechamento de unidades de saúde da região metropolitana ontem e a falta de alguns profissionais no plantão.
"No dia seguinte ao Natal aumenta a procura, mas não tenho como fazer uma escala especial com mais profissionais", argumentou o coordenador médico da US 24 horas do Campo Comprido, Renato Penteado.
Além disso, dois dos oito médicos, segundo Chomatas, que deveriam estar de plantão, faltaram por motivos de saúde. "Vamos exigir os atestados desses profissionais", prometeu. Antes que Chomatas falasse à reportagem, porém, vários pacientes e uma atendente da US 24 horas Campo Comprido relataram que apenas um médico estava no local prestando atendimento, tendo recebido o reforço de mais um médico só à tarde.'
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