Quem usa ônibus das linhas "comuns" em Curitiba vai poder pedir para descer em qualquer lugar do itinerário dessa linha, mesmo fora dos pontos determinados, depois das 22 horas. A "parada livre" faz parte de um pacote de medidas anunciado ontem pela Urbs, com o objetivo de aumentar a segurança de passageiros e trabalhadores do transporte coletivo.
A possibilidade de descer fora do ponto, nas linhas que não têm desembarque em tubos, já existia, mas estava em desuso há mais de 20 anos. Por isso, a Urbs está reeditando uma determinação operacional.
Outra medida é a instalação de uma iluminação especial em cinco mil pontos de ônibus, com tecnologia LED. A ação faz parte de um programa de obras da prefeitura, chamado Luz do Dia, que ainda será lançado. O objetivo é aumentar a iluminação pública na capital.
Apesar de já contar com uma equipe dedicada ao transporte coletivo, a Guarda Municipal vai ampliar a atuação e as abordagens em ônibus, estações-tubo e terminais. De acordo com a Urbs, já há operações programadas para esta semana. A campanha "Busão sem Abuso", iniciada no ano passado e voltada ao respeito com a mulher, também será retomada.
O estímulo ao uso do cartão-transporte, que agora possui tarifa com desconto (de R$ 3,30 para R$ 3,15), vai continuar. A intenção é diminuir o volume de dinheiro que circula em ônibus, estações tubo e terminais, diminuindo os riscos de assalto. Outro fato que pesa a favor do cartão é a possibilidade de recuperar os créditos ao fazer uma nova via.
Por fim, a oferta de informação nos ônibus, pontos, terminais e tubos vai crescer. A ideia é oferecer informações sobre os itinerários, horários e localização de serviços públicos para os passageiros.
TC acusa Urbs de manobra para adiar julgamento sobre a tarifa
O Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TC-PR) acusa a Urbanização de Curitiba (Urbs) de tentar protelar pela sexta vez o julgamento do relatório da comissão de auditoria sobre a tarifa de ônibus, realizada pelo órgão em 2013. De acordo com o TC, o processo estava pronto para ser encaminhado ao Pleno da casa, para análise e votação nos próximos dias, mas um recurso de agravo suspendeu o trâmite. A Urbs informou, via assessoria de imprensa, que não irá se manifestar sobre o caso.
De acordo com o órgão fiscalizador, a Urbs já teria ingressado com dois embargos de declaração, dois recursos de agravo e dois de revisão. O TC argumenta que os expedientes são protelatórios porque, segundo o Regimento Interno, o Ministério Público tem até 30 dias para emitir parecer depois que o processo retornar ao gabinete do relator. O desembargador que é responsável por esse caso é Nestor Baptista, que deve encaminhar o processo para julgamento.
A auditoria
O processo de auditoria da tarifa levou três meses para ser concluído e foi divulgado no fim de 2013. Todos os 37 interessados no caso já puderam encaminhar suas defesas, que foram consideradas para a elaboração de um novo relatório.
O trabalho do TC indicou que a tarifa poderia ser reduzida em 16,7% na época e outras 40 irregularidades, entre elas o indício de cartelização do sistema, irregularidades na composição de custos e concessão de gratuidades e fragilidades na bilhetagem eletrônica.
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