A reconstituição do que ocorreu na madrugada do último dia 5, data em que o menino Joaquim Ponte Marques, 3 anos, supostamente desapareceu, foi marcada por contradições do padrasto Guilherme Raymo Longo, 28 anos, principal suspeito do caso.
Segundo o delegado Paulo Henrique Martins de Castro, em depoimento Longo afirmou que levou cerca de 40 minutos para ir e voltar ao local onde teria ido buscar cocaína. Ontem, no entanto, ele percorreu o mesmo trecho, de 1.600 metros, em 20 minutos. Ainda conforme o delegado, outras contradições dentro da casa da família fizeram com que ele descartasse a participação de uma terceira pessoa no sumiço do garoto. O advogado do padrasto disse que as contradições não incriminam seu cliente.
Apesar de todo o esquema de segurança montado com antecedência pela polícia, com o apoio do setor de trânsito da prefeitura de Ribeirão Preto, houve tumulto em várias ocasiões e tentativas de agressão ao padrasto do menino. Cerca de 200 pessoas foram ao local protestar, de acordo com a PM.
A reconstituição durou cerca de duas horas, e Longo, vestindo uma camisa vermelha, com um colete preto à prova de balas, foi recebido no Jardim Independência, onde residia, aos gritos de "assassino" e pedidos de justiça. Antes disso, havia enfrentado protesto ao deixar a Delegacia de Investigações Gerais (DIG).
Ele participou de tudo e mostrou aos peritos todos os passos que diz ter dado na madrugada em que Joaquim desapareceu. Afirmou como saiu e como chegou, e mostrou a restituição até mesmo do momento em que teria fechado o portão com o cadeado, mas deixado a porta apenas encostada.
Depois da reconstituição, Longo voltou para a delegacia e de lá, foi levado à Delegacia Seccional de Barretos, onde está preso. A mãe de Joaquim, Natália Ponte Marques, 29 anos, que também está presa, não participou da simulação dos fatos.
Ela permaneceu na DIG durante a tarde e depois foi levada de volta à cadeia feminina de Franca.