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memória

Padre retira de livro trecho sobre "ressurreição" de vítimas da Kiss

Uma nova versão do livro que havia revoltado familiares de vítimas do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (RS), começou a ser vendida nesta quarta-feira (10). O padre Lauro Trevisan, autor da obra "Kiss: Uma Porta Para o Céu", decidiu retirar da segunda edição trechos que afirmavam que vítimas da tragédia, ocorrida em janeiro, haviam sido encontradas vivas em um caminhão junto a corpos transportados.

"No auge da balada celestial, o Pai perguntou se alguém queria voltar. Dois ou três disseram que sim e foram encontrados vivos no caminhão frigorífico que transportava os corpos ao ginásio", dizia o trecho polêmico, que agora foi retirado.

Na semana passada, a associação de familiares das vítimas enviou a Trevisan uma notificação extrajudicial pedindo a suspensão da comercialização do livro, publicado pela Editora da Mente.

O autor decidiu apenas alterar a segunda edição. Segundo ele, o primeiro lote, com 2 mil exemplares, já está esgotado.

A obra também recebeu críticas na página do autor no Facebook. O padre disse à reportagem no último fim de semana que o trecho controverso é uma "alegoria" e que não pretendeu escrever uma reportagem sobre o caso.

Trevisan vive em Santa Maria e é membro de uma ordem da Igreja Católica, mas não tem atuação direta em paróquias.

A tragédia na boate Kiss causou a morte de 241 pessoas. Oito pessoas viraram rés no caso - quatro foram denunciadas sob acusação de homicídio doloso.

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