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Os três padres suspeitos de terem cometido exploração sexual contra adolescentes em Arapiraca (AL) foram indiciados pela Polícia Civil de Maceió nesta terça-feira (27). Um dos religiosos cumpre prisão preventiva em regime domiciliar desde terça-feira (20), em Arapiraca, após prestar depoimento na CPI da Pedofilia. O relatório da investigação ainda indiciou um dos padres pelos crimes de ameaça e importunação ofensiva ao pudor, de acordo com a Lei de Contravenções Penais.

Segundo a delegada Bárbara Arrais, uma das responsáveis pelo inquérito policial, o crime mais grave cometido pelos padres foi o de exploração sexual. "Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, a pena para o crime pode variar de 4 a 10 anos. Esse, sem dúvida alguma, é a mais grave de todas as acusações contra eles que coletamos no inquérito."

Um dos envolvidos fez acordo com a Justiça e aceitou a proposta de delação premiada. De acordo com a delegada, o depoimento prestado por esse religioso foi importante para ajudar a investigação do caso. Agora, de acordo com Bárbara, o relatório será analisado pelo Ministério Público Estadual. "Os promotores podem decidir pela realização de novas diligências ou oferecer denúncia contra os indiciados", disse a delegada ao G1.

Afastamento dos padres

Os três religiosos foram afastados de suas funções pelo bispo dom Valério Breda, da Diocese de Penedo (AL), de acordo com nota divulgada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Dois deles foram impedidos pela polícia de deixar a cidade.

A CNBB informou ainda que foi instaurado um Processo Administrativo Penal, de acordo com o Código de Direito Canônico. No texto, o bispo disse "reprovar, de forma irrestrita e com o coração despedaçado pela vergonha e pela tristeza, os fatos, mesmo que ainda não provados". Breda informou que, "nenhuma das supostas vítimas citadas nos supostos atos de abuso, tampouco seus familiares, procuraram oficialmente o bispo diocesano para denunciar o caso."

No documento, o bispo informou ainda que foi aberto um Processo Administrativo Penal, nos termos do Código de Direito Canônico. Ele disse ainda que vai ajudar a polícia e a Justiça no esclarecimento do caso

Prisão domiciliar

O advogado Edson Maia, que representa um dos monsenhores, disse ao G1 que pediu a revogação da prisão preventiva com base da Lei de Execuções Penais, que prevê o benefício para réus e investigados com mais de 70 anos de idade e problemas de saúde. De acordo com a delegada, o religios permanecia cumprindo prisão domiciliar até a manhã desta sexta-feira (30).

Maia explicou que a prisão domiciliar terá efeito até que o juiz John Silas, da 8ª Vara Criminal de Arapiraca, analise o pedido do advogado pela revogação da prisão preventiva. "A prisão não tem limite de prazo para acabar."

O advogado disse que o religioso segue com o mesmo discurso que prestou à Polícia Civil e aos integrantes da CPI da Pedofilia. "Ele confirma que manteve relações sexuais com os coroinhas, mas quando estes já estavam na fase adulta. Ele afirma categoricamente que não manteve relações com eles enquanto eram menores de idade. O monsenhor nega que seja pedófilo."

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