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 | Henry Milleo/Gazeta do Povo
| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

O presidente do Con­selho de Admi­nistração da As­sociação Na­cional dos Hospitais Privados (Anahp), Francisco Balestrin (foto), defende que o modelo de pagamento do SUS e dos planos de saúde sejam revistos. Ele afirma que é preciso pensar em um formato que priorize um contrato entre as partes. Nesse contrato, seria necessário levar em conta a qualidade e a segurança assistencial e não como no modelo atual, que leva em conta os serviços prestados pelo hospital. Segundo Balestrin, faltam 13 mil leitos em hospitais particulares em todo o Brasil. Neste ano, será possível apenas criar dois mil novos leitos. Confira os principais trechos da entrevista:

O que é preciso para manter uma boa gestão hospitalar?

Em primeiro aspecto é preciso estar inserido em um ambiente de profissionalismo. Como se fosse numa família, o exemplo vem de cima. O dono ou os sócios devem ter boas ações para repercutir nos comandados o comportamento profissional. Chamamos isso de governança clínica, que, bem estabelecida, será levada a outros setores, como supervisão, gerência, entre outros. Se isso for feito, já é um grande caminho traçado. As duas coisas mais difíceis de administrar são uma orquestra e um hospital. É preciso trabalhar harmonicamente, trazendo essa governança clínica para ter resultados práticos. É fundamental ter uma equipe de trabalho com um bom ambiente, com uma governança integrativa. Mas o grande problema é a sustentabilidade financeira?

Sim. Dependemos hoje de um financiamento adequado. Se dentro desse ambiente não tiver financiamento, há risco de uma falha. O problema é o modelo de financiamento estabelecido, que é falho. Há um subfinanciamento do setor e é preciso discutir o processo de pagamento pelos serviços prestados. De forma geral, hoje os planos de saúde e o Sistema Único de Saúde pagam pelos serviços prestados. O que deve ser discutido é esse modelo existente.

Que mudança deveria ser feita?

É preciso mudar o formato. Não se pode pagar pelos serviços. É necessário um modelo de contrato entre as partes que levasse em consideração a qualidade e a segurança assistencial. A sustentabilidade financeira é um problema para hospitais privados e para os públicos. Caberia ao governo federal financiar melhor o SUS e regular os planos de saúde. O hospital filantrópico, por exemplo, é privado e é pago pelo governo para prestar serviço à saúde pública. O modelo desse financiamento deveria ser repensado.

Qual é o principal problema dos hospitais privados?

Precisaríamos de 13 mil leitos apenas em hospitais privados. Mas não temos condição e o máximo que poderemos abrir são dois mil novos leitos em todo o país.

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