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Incesto

Caso lembra o crime de Josef Fritz, "o monstro da Áustria"

O caso do Maranhão é muito semelhante ao do engenheiro austríaco Josef Fritzl, mais conhecido como "o monstro da Áustria", que manteve a filha mais velha trancada por 24 anos no porão de sua casa na cidade de Amstetten. A vítima, que hoje tem 43 anos, vivia em um espaço de 40 m2, sem janelas nem ventilação, e era constantemente abusada sexualmente. Dessa relação incestuosa nasceram sete filhos.

O caso veio à tona em abril de 2008, quando uma das crianças teve que ser hospitalizada com sua mãe. Fritz foi condenado em março de 2009 à prisão perpétua e internação psiquiátrica por um tribunal austríaco.

Ele foi considerado culpado de todas as acusações: assassinato, incesto, estupro, sequestro, coerção e escravidão de sua filha.

O lavrador José Agostinho Pe­­reira Bispo, de 54 anos, foi preso em flagrante na noite de ontem na cidade de Pinheiro, distante 340 quilômetros de São Luís (MA). Ele é acusado de abusar sexualmente da filha, Sandra Maria Moreira, desde quando ela tinha 12 anos de idade e de mantê-la em cárcere privado há pelo menos 16 anos.

Segundo investigações da Delegacia Regional de Pinheiro, o lavrador teve sete filhos com sua própria filha. Bispo confirma a paternidade de seis dessas sete crianças. Os filhos-netos têm doze, oito, seis, cinco, quatro, dois anos e dois meses de idade, respectivamente. A denúncia lembra o caso de sequestro e incesto cometido por Josef Fritzl, que ficou conhecido como o "monstro da Áustria".

Conforme informações da Delegada Regional de Pinheiro, Laura Barbosa, o caso foi denunciado por agentes de saúde que prestam atendimento médico no povoado Experimento, onde o lavrador residia com a família. O povoado fica em uma ilha distante a aproximadamente 20 km da sede de Pinheiro. As denúncias foram realizadas durante uma ação de combate à pedofilia, realizada na cidade em 21 de maio.

A polícia informou que há muitos anos os vizinhos de Bispo pretendiam denunciar o caso, mas tinham medo de possíveis retaliações. Tanto a filha, que hoje tem 28 anos, quanto as "filhas-netas" eram analfabetas. Agentes de saúde informaram à polícia que ele afastava qualquer tipo de contato entre a filha e outras pessoas, inclusive durante visita do Programa de Saúde da Família (PSF).

Em depoimento à polícia, o lavrador confirmou que mantinha relações sexuais com a própria filha e alegou que não media a gravidade da situação. José Agostinho Bispo afirmou também que achava "normal" esse tipo de relação com a filha. "Em casa, tudo acontece", resumiu. Ele era casado mas tinha sido abandonado pela esposa há mais de 15 anos. O lavrador também é acusado de abusar sexualmente da criança de oito anos nascida a partir desse relacionamento com a filha. Na manhã de ontem, exames de conjunção carnal confirmaram essa nova tentativa de abuso sexual.

José Agostinho Pereira Bispo responderá pelos crimes de abandono material, intelectual, cárcere privado e estupro.

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