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Cinco anos depois

Pai de Gabriela Prado fica satisfeito com decisão da Justiça, mas lamenta que caso seja exceção

Cinco anos depois da morte de Gabriela Prado, vítima de uma bala perdida durante um assalto na estação do metrô da São Francisco Xavier , a Justiça determinou que a concessionária Metrô Rio indenize em R$ 150 mil Carlos Santiago, pai da menina. Apesar de satisfeito com a decisão, Santiago lamentou o fato de saber que seu caso ainda é uma exceção.

- Com certeza absoluta a gente sabe que tudo de positivo que aconteceu em relação aos dois processos que nós tínhamos sobre o caso - criminal e cível - foi muito por conta da visibilidade que o caso teve. E como não dá para ser assim em todas as situações, muitos não conseguem os mesmos resultados que nós tivemos. Cerca de 90% das famílias que acompanham a gente não conseguem os mesmo resultados - afirmou, lembrando no entanto, que o resultado é importante para outras famílias de vítimas da violência:

- É preciso que as pessoas usem nosso caso como um exemplo de que é possível. A Cleyde, mãe da Gabriela, que morreu há um mês, sempre disse que não iria desistir, e é isso que a gente pede que as pessoas façam, que não desistam.

Cleyde Prado Maia morreu no dia 5 de setembro, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ela era a principal ativista do movimento 'Gabriela Sou da Paz', fundado pela família da jovem, e que pede mudanças no Código Penal Brasileiro para combater a impunidade e participa de campanhas contra a violência no Rio e em outras cidades.

- Além desse processo, a gente também tinha outro criminal contra os acusados de envolvimento na morte da minha filha. Esse, que era o que a gente se empenhava mais em ver concluído, graças à Deus a Cleyde viu terminar, com todos eles condenados - lembrou Santiago.

O resultado da terça-feira veio dois anos da Justiça indeferir em primeira instância o pedido da família, que queria que a concessionária, que explora o serviço metroviário no Rio, pagasse uma indenização pelos danos morais e materiais sofridos após o incidente. De acordo com Carlos Santiago, o dinheiro da indenização irá todo para o movimento.

- Quando nossa filha morreu, eu e a Cleyde praticamente ficamos descapitalizados, pois deixamos de trabalhar para nos dedicar ao movimento. Por isso, o dinheiro da indenização vai permitir que o movimento ande com as próprias pernas, sem precisar depender de patrocínio - ressaltou Santiago.

Segundo a assessoria do Metrô Rio, a concessionária só deve se pronunciar quando for oficialmente notificada pela Justiça. Eles ainda podem recorrer do resultado.

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