Heraldo Bichara Júnior, 38, pai do menino João Felipe Eiras Santana Bichara, 6, morto no último dia 25, disse nesta erça-feira (2) em seu depoimento à polícia que a manicure Suzana do Carmo de Oliveira Figueiredo, 22, o chamou para sair em meados do ano passado. Ele negou qualquer envolvimento amoroso com ela, que foi presa após confessar ter matado o menino asfixiado. O crime aconteceu em Barra do Piraí, sul Fluminense.

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Segundo a polícia, o pai da vítima disse que recebeu três mensagens de texto no celular em junho ou julho do ano passado. Ele não soube precisar o mês exato, mas disse que as mensagens foram enviadas em um intervalo de três dias. Bichara Júnior revelou ainda o teor das mensagens: "oi tio sukita", "eu gosto de você" e "quero sair com você".

Ao receber as duas primeiras mensagens, que vieram de um mesmo número, ele conta que ligou para tentar descobrir quem escrevia para ele, mas não conseguiu contato com ninguém. Na terceira mensagem, enviada de um outro número, ele conta que a manicure atendeu e teria admitido a vontade de sair com Bichara Júnior.

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"Ela disse para ele que gostava de homens mais velho e que queria sair com ele, mesmo que fosse uma única vez", conta o delegado do caso, José Mario Omena.Segundo o delegado, ele não contou para a mulher do assédio da manicure. O depoimento dele levou cerca de 2h30. Ele saiu da delegacia acompanhado da mulher e não quis falar com a imprensa. Um ex-namorado de Suzana também prestou depoimento à polícia e, de acordo com Omena, disse que a manicure sempre falou que odiava a criança.

"O foco era o marido, o filho era o obstáculo", comentou o delegado. Segundo ele, a camareira do hotel onde a criança foi morta será a próxima testemunha a ser ouvida.

Nesta segunda, o delegado divulgou três páginas de anotações encontradas por Simone de Oliveira Figueiredo, 38, mãe da manicure. As folhas detalham um plano supostamente elaborado para sequestrar a criança. O objetivo seria exigir R$ 300 mil.

Ela localizou as cartas, na manhã de ontem, numa bolsa da filha, enquanto transferia os pertences dela para sua casa após ordem de despejo do proprietário.

O Crime

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Segundo a polícia, a manicure pegou a criança na escola no dia do crime e a levou até um hotel. Para conseguir pegar o garoto, ela telefonou para a escola e, de acordo com funcionários, se identificou como sendo mãe da criança.Ela disse que a madrinha de João Felipe iria ao local pegá-lo para fazer exames e, por esse motivo, o menino foi entregue para a manicure, que era conhecida da família.

A manicure foi transferida para o presídio Joaquim Ferreira de Souza, no complexo penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio. A medida tomada pela polícia foi para garantir a segurança dela.

Assim que ela confessou o crime, no dia seguinte a delegacia da cidade foi cercada pelos moradores que gritavam por "justiça". A partir daí, a decisão foi retirá-la da cidade e transferir para o sistema penitenciário. Ao dar entrada no sistema, após exames de corpo de delito, a manicure teve os cabelos cortados, medida aplicada a todos os detentos do sistema no Rio.

A Folha de S.Paulo não conseguiu localizar o advogado da manicure.