A Polícia Civil responsabilizou o aposentado João Batista Grappo sua amante Maria Aparecida Furquim e três dos filhos pela situação degradante em que vivia a idosa Sebastiana Aparecida Grappo, de 64 anos, encontrada presa no porão da casa da família em Sorocaba (SP). Portadora de deficiência mental, a mulher ficou trancada no cubículo úmido e sem condições de higiene durante 16 anos, segundo a polícia.

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No inquérito enviado no final da tarde de hoje ao Ministério Público Estadual, o aposentado e a amante são acusados de cárcere privado qualificado (quando gera degradação física ou moral). Já os três filhos, sendo uma filha do casal, um filho apenas de João e uma filha do aposentado com a amante, foram responsabilizados por omissão de socorro. O aposentado e Maria Furquim estão presos.

Com base nas provas do inquérito, a Promotoria Criminal de Sorocaba decidirá se oferece denúncia contra os acusados, iniciando o processo penal. Se condenados, o aposentado e sua amante ficarão sujeitos a uma pena que pode chegar a oito anos de prisão. Os filhos serão julgados pelo Juizado Especial Criminal, pois os crimes são de baixo potencial ofensivo.

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A pena prevista é de um ano de prisão. Os acusados negam a existência de crime. João Batista afirma que a mulher era mantida no porão porque costumava fugir para a rua e corria risco de atropelamento. Ele tentou várias vezes internar a esposa, sem sucesso. Em seus depoimentos, os filhos foram unânimes em defender o pai. A delegada Jaqueline Coutinho, da Delegacia de Defesa da Mulher, que acompanhou o inquérito, disse que nada justifica a situação em que Sebastiana era mantida. "O tratamento dado a ela, nem um animal merece e quem sabia do que se passava devia denunciar. Não o fazendo, tornou-se cúmplice", disse.