O pai que deixou o filho de onze meses trancado dentro do carro no aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), vai responder por crime de abandono de incapaz. O caso ocorreu na tarde do último sábado (20) e foi atendido inicialmente pela Polícia Militar (PM), que foi avisada sobre um bebê supostamente esquecido no interior do veículo.
De acordo com o delegado Michel Teixeira, que conduz as investigações, o bebê permaneceu por cerca de uma hora trancado dentro do carro. O automóvel estava fora do estacionamento – onde não há toldos para evitar a incidência direta dos raios solares –, em uma área próxima ao local de embarque e desembarque. Naquela tarde, a temperatura na RMC estava em torno dos 30°C.
Ao ouvir o choro da criança, algumas pessoas que circulavam próximo ao automóvel avisaram a PM, que chegou ao local cerca de 30 minutos depois. A equipe tentou abrir as janelas para liberar a entrada de ar no interior do veículo, mas, sem sucesso, pediram que fosse anunciada a presença do responsável pelo carro no estacionamento.
Questionado pela polícia, o pai alegou que deixou a criança no veículo porque ela estava dormindo e não queria acordá-la. Ele contou também que esperava o desembarque de alguns familiares que, ainda naquele dia, participariam da cerimônia de batizado do bebê. O voo, no entanto, atrasou.
“O fato de que ele não queria acordar não justifica deixar uma criança naquela idade, que não fala ainda, num calor extremo e trancada com os vidros do carro totalmente fechados. Foi um ato irresponsável do pai”, declarou o delegado. Segundo ele, o pai foi levado para a delegacia, pagou fiança no valor de 2,5 salários mínimos e vai responder pelo ato em liberdade.
A reportagem tentou localizar o responsável pela criança para ouvir a versão dele nesta reportagem. Contudo, não foi possível localizar nem o provável advogado que tenha assumido os procedimentos legais de defesa. Conforme Teixeira, como trâmite da fiança foi realizado internamente pela delegacia, e, por isso, o pai não precisou de um advogado para deixar a unidade.
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