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Exploração

Pais coniventes jogam crianças na prostituição

Foz do Iguaçu - A conivência familiar e a carência financeira empurram crianças e adolescentes para a exploração sexual no Paraná. Sem dinheiro para se sustentar, mães e pais fazem vistas grossas à situação das filhas e acabam contribuindo para mantê-las nas ruas. O problema é mais grave em Foz e no litoral, embora também atinja as demais cidades do estado.

Em Foz, as adolescentes se submetem à exploração sexual nas ruas e em casas de massagem. Algumas também são levadas a municípios paraguaios, onde ficam praticamente escravizadas em boates.

A chefe da Divisão de Proteção Especial da Secretaria de Assistência Social de Foz, Fátima Dalmagro, diz que são feitas rondas noturnas para inibir a exploração, mas as meninas acabam voltando para a rua logo após serem encaminhadas para casa. Atualmente, o município atende via Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) 12 adolescentes em situação de exploração sexual. Elas recebem tratamento psicológico, social e são encaminhadas à escola. A equipe do Creas também faz um trabalho junto às famílias, mas encontra barreiras. "O grande problema é a questão familiar. Às vezes a mãe nem quer participar das palestras", diz Fátima. Segundo ela, há casos em que a própria família incentiva a exploração.

Na análise de Fátima há inúmeros fatores que levam uma adolescente a cair na rede de exploração. Os principais são histórico de molestação sexual dentro da própria família ou a existência de conflito em casa. O dinheiro, às vezes compartilhado com a família, também é usado para comprar drogas, roupas caras e frequentar o salão de beleza.

Em Ponta Grossa, campanhas estão sendo feitas para incentivar as denúncias contra a exploração sexual. Uma parceria com a Concessionária Rodonorte possibilita a abordagem de motoristas nas rodovias. O ponto mais crítico da cidade é a região do Viaduto Santa Paula, onde fica a maioria das adolescentes. A assistente social e coordenadora da Comissão Municipal de Enfrentamento à Violência Maria Czekalski diz que a carência familiar também é fator que pesa. "A mãe fala para a adolescente não ir, mas quando ela volta com o dinheiro a mãe acaba comprando alimentos. O problema é de extrema carência socioeconômica agravado pelo uso de drogas", diz.

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