Uma manifestação organizada pela União de Pais pelo Autismo (Uppa), de Curitiba, reuniu cerca de 50 pessoas no Shopping Novo Batel, na tarde deste domingo (23). O encontro foi marcado depois do episódio envolvendo a curitibana Dora de Paula e seu filho Luca, de 19 anos, que tem transtornos múltiplos. Eles teriam sofrido preconceito enquanto frequentavam uma confeitaria do shopping, na tarde da última quinta-feira (20).
“O dono do shopping disse em voz alta que meu filho estava atrapalhando o chá dele e que meu filho não tinha condições de estar ali”, resumiu Dora à reportagem, que também relatou o episódio nas redes sociais. O relato foi compartilhado por milhares de pessoas. “Isso é um retrato da sociedade, que não consegue acolher as pessoas especiais”, criticou Dora, que mora em Paris, onde tem uma academia de dança, e está de passagem pela cidade.
Para Adriana Czelusniak, presidente da Uppa de Curitiba, “infelizmente é frequente esse tipo de situação em restaurantes, parques, ônibus, ruas”. “Por desinformação e despreparo, pessoas agem de forma discriminatória”, enfatizou ela.
A assessoria de imprensa do shopping se manifestou através de uma nota na sexta-feira (21). O shopping contesta a versão publicada pela mãe de Luca nas redes sociais e diz lamentar o episódio. “Na verdade o que ocorreu foi que o cliente dirigiu-se a senhora e não ao seu filho (que estava gritando e muito nervoso no ambiente), pedindo educadamente que a mesma cuidasse do seu filho. Apesar do incidente (na versão da mãe), o cliente lamenta o ocorrido e que o mesmo não contribuiu de maneira alguma para o que está sendo postado nas redes sociais”, diz trecho da nota.
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