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Os pais dos alunos da Universidade de São Paulo (USP) criticaram a prisão dos filhos deles, ocorrida na manhã desta terça (8) após uma operação policial de reintegração de posse do prédio da reitoria, que estava sendo ocupado por estudantes desde a semana passada. Os pais evitam falar com a imprensa e o fazem somente sob anonimato. Eles aguardam do lado de fora da 91ª Delegacia de Polícia, localizada na zona oeste de São Paulo A mãe de um dos 70 alunos que foram presos reclamou da ação policial. "Nossos filhos não são bandidos. Eles estavam apenas defendendo uma gestão democrática na USP", disse ela. Os estudantes estavam acampados no prédio principal da reitoria da USP desde o dia 1°, em protesto pela presença de policiais no campus. O pai de um dos alunos que foram presos na operação policial desta terça disse ser favorável à presença de policiais no campus, mas criticou a ação policial. "Não sou contra a polícia (no campus), mas não sei se essa é a polícia que deve atuar lá", disse o pai, sob anonimato.

Carta Em uma folha de papel que foi depois copiada pela imprensa, os pais escreveram uma carta à mão em que criticam a operação policial de reintegração de posse. "Nós, pais de alunos da USP, repudiamos o modo como foi conduzido pela reitoria o processo envolvendo o movimento dos estudantes. Repudiamos a ação repressiva e truculenta das forças policiais no campus da universidade nessa madrugada de terça-feira. Estamos indignados com o fato de que uma instituição educativa utiliza como principal instrumento de solução de conflito social o uso da força policial. Nossos filhos são estudantes e não bandidos e estão em defesa de uma universidade onde existam debates democráticos", diz o texto.

Crítica Também do lado de fora da delegacia, o estudante de Geografia João Victor Pavesi de Oliveira, diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE), criticou a operação policial. "A interpretação da entidade é que não havia necessidade para isso. A negociação estava aberta. Tem uma rodada de conversa com a reitoria amanhã (quarta-feira, dia 9) e a gente não vê o porque de tudo isso. Não tem porque utilizar um número tão grande do efetivo policial para retirar uma ocupação pacífica", acrescentou o estudante. Oliveira disse que uma comissão de advogados já encaminhou à Justiça o pedido de habeas corpus para liberar os 70 estudantes que foram presos. A polícia militar cumpriu uma decisão judicial de reintegrar a posse do prédio da reitoria.

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