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Carência

País é 19.º em total de profissionais de saúde na América

Convênio entre Cuba e Brasil não é uma prestação de serviço, diz o ministro cubano Roberto Ojeda | Líbia Florentino/ Estadão
Convênio entre Cuba e Brasil não é uma prestação de serviço, diz o ministro cubano Roberto Ojeda (Foto: Líbia Florentino/ Estadão)

O Brasil tem 31,4 profissionais para cada 10 mil habitantes, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado ontem, em Pernambuco. A taxa confere ao país a 19.ª posição entre as nações das Américas no ranking de oferta de profissionais da saúde. O Brasil tem mais profissionais do que o mínimo recomendado pela organização (22,8 para cada 10 mil habitantes), mas ainda tem menos que os 34,5 por 10 mil que caracterizam uma cobertura universal da saúde.

De acordo com a OMS, 83 países têm taxa inferior ao mínimo recomendado e cem contam com menos de 34,5 profissionais para cada 10 mil habitantes, como o Brasil. O país está atrás de Cuba (134,6), Estados Unidos (125,1), Venezuela (67,4), Argentina (37) e Paraguai (34,4). Mas fica à frente de outras 17 nações, como México (26,5), Colômbia (26,1), Jamaica (19,7) e Haiti (3,6).

Nas Américas, 70% dos países têm o mínimo recomendado de profissionais da saúde, segundo o relatório da OMS. Em todo o mundo, faltam 7,2 milhões de profissionais. Este número pode chegar a 12,9 milhões em duas décadas se nada for feito.

O relatório foi apresentado ontem durante o terceiro Fórum Global de Recursos Humanos para a Saúde, que reúne representantes de 98 países. A maioria dos países mais carentes em profissionais de saúde está na África subsaariana. A deficiência de formação de profissionais nessa região do planeta está entre os motivos que justificam a liderança. De acordo com a OMS, há apenas 168 escolas de medicina nos 47 países da África subsaariana. Em 11 deles, não há cursos de medicina. Em 24, há apenas uma escola para formar médicos.

Além dos problemas de formação, os países pelo mundo têm encontrado dificuldade em manter os profissionais na atenção básica à saúde. Nos países desenvolvidos, 40% dos profissionais de enfermagem deixarão seus empregos na próxima década. A OMS aponta os baixos salários e a oferta de poucos incentivos como motivos para a debandada.

Mortalidade

A carência de profissionais de saúde também tem motivado mortes. A OMS atribui cerca de 90% de todas as mortes maternas e 80% das mortes de recém-nascidos em 58 países do mundo a parteiras mal treinadas.

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