Goteira em sala do colégio: governo ia demolir prédio, mas optou por reforma| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

Professores, pais e estudantes do Colégio Estadual Yvone Pimentel, no bairro Novo Mun­do, em Curitiba, se uniram on­­tem para protestar contra as condições de infraestrutura do prédio escolar e a decisão da Superintendência de Desen­vol­vi­­mento Educacional (Sude) de não construir uma nova escola. Previsto desde 2009, o projeto de domolição e reconstrução do edifício foi substituído por uma reforma, sem data para começar. Os alunos ficaram sem aulas ontem. A mobilização começou às 7h20 e só foi encerrada às 19 horas, quando teve início uma assembleia reunindo professores e a comunidade local. À tarde os manifestantes caminharam pelas ruas do bairro convidando os moradores a conhecerem os problemas do colégio, como fiações elétricas expostas, cheiro de esgoto, salas de madeira com buracos no chão, vidros quebrados, infiltrações no quadro negro, pisos de taco soltos e goteiras em todas as salas.

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A atual direção da escola assumiu no início de 2009 e começou a montar um dossiê com todos os pedidos de melhorias feitos à Secretaria de Estado da Educação (Seed). Além de trocas de e-mails e comunicados, constam fotos e vídeos que mostram o que ocorre com a rotina escolar nos dias de chuva.

No mesmo ano, uma empresa terceirizada, e posteriormente a Superintendência de Desenvol­vimento Educacional (Sude), vistoriaram o local e emitiram laudos atestando que o colégio teria de ser demolido e dar lugar a outro prédio. De acordo com a diretora, Adriana Kampa, as condições são tão ruins que o Corpo de Bombeiros e a Vigilância Sanitária se negam a emitir registros de vistoria.

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"Hoje estamos paralisando para protestar, mas os alunos ficam igualmente sem aulas a cada dia que chove, porque temos que tirá-los das salas", disse Adriana. Segundo ela, os pais optaram pelo protesto depois de ter recebido da Sude a notícia de que o projeto de demolição e reconstrução seria substituído por uma reforma. "Eles desarquivaram um projeto de melhoria que o próprio laudo técnico considerou inviável. Até um leigo vê que reforma não resolve."

Os planos de reedificação foram acordados com a gestão anterior da Seed. Até mesmo o local para onde as aulas seriam transferidas já estava definido. O Colégio Homero Batista de Barros, no Capão Raso, receberia os 1.359 alunos de ensino fundamental e médio do Yvone Pimentel durante o período de obras. Segundo a professora Vanessa Mendes, até a distribuição das salas já havia sido discutida com a direção do outro colégio. "Estamos vivendo essa expectativa de mudança desde o início do ano letivo", afirmou.

Explicação

Em nota, a Seed informou que há dois meses está fazendo o projeto para a reforma do prédio. O projeto, com orçamento, deve ficar pronto em dez dias e a seguir começará o processo de licitação para as obras. Sobre a substituição do projeto de demolição e reconstrução por uma reforma, a secretaria informou apenas que um engenheiro da Sude explicaria os motivos na assembleia que seria realizada ontem à noite. Uma nova nota deve ser emitida hoje.