No momento em que os Estados Unidos apresentam dificuldades de emissão de vistos em todo o mundo, o Brasil fecha detalhes para facilitar a entrada de seus cidadãos no país do Hemisfério Norte. O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disse ontem que o governo brasileiro até voltou a colocar no “radar” da pauta de negociações bilaterais o pedido de isenção de vistos para turistas brasileiros.
O assunto deve ser um dos temas a ser tratado na visita que a presidente Dilma Rousseff fará no fim do mês aos Estados Unidos. “O Brasil é um país que não tem guerra com nenhum vizinho há 150 anos. O Brasil não é alvo de terroristas. A rejeição de visto para brasileiros é muito baixa. Vamos ver se conseguimos dar alguns passos para incrementar o turismo”, disse o ministro no 9.º Fórum de Altos Executivos Brasil-Estados Unidos, no Palácio do Itamaraty.
Mercadante revelou que o desejo do governo brasileiro é retomar as negociações e ir além da adoção do Global Entry (sistema que permite a entrada sem passar por filas de imigração) -, que já deve ser anunciada. “Não sei se teremos respostas rápidas, mas é possível que a gente dê o primeiro passo, que está sendo amadurecido”, destacou o ministro, enfatizando que é preciso “aguardar a boa vontade americana”.
A viagem de Dilma marca a retomada da relação entre os dois países, arranhada após a revelação de que a Agência de Segurança Nacional (NSA) havia espionado as comunicações da presidente, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Petrobras. Foi por causa desse episódio que ela adiou a viagem a Washington, antes prevista para outubro de 2013.
Naquela época, também já estavam sendo finalizados os detalhes para o anúncio da operação no país do Global Entry, que seria feito em Washington. A iniciativa beneficiaria inicialmente até 1,5 mil brasileiros.
Na época, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, também afirmara que se avançara nas discussões de um grupo de estudo para aos poucos acabar com a exigência de visto. O secretário de Estado americano, John Kerry, se disse empenhado em “apressar ao máximo” o processo. Depois disso, ainda cresceu a pressão de políticos americanos, sobretudo da Flórida, pela isenção.