A Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto obteve nos Estados Unidos a patente do fator VIII recombinante, proteína responsável pela coagulação do sangue usada no tratamento da hemofilia. Ligada à Universidade de São Paulo, a fundação já havia obtido a patente nacional do produto. Com o reconhecimento internacional da propriedade intelectual, o tratamento pode ser oferecido ao público. Com informações da Agência Brasil.
A hemofilia é causada pela deficiência das proteínas responsáveis pela coagulação do sangue. Os tratamentos são baseados no fornecimento dessas substâncias, extraídas do plasma de doadores ou sintetizadas em laboratório.
Segundo a pesquisadora Virginia Picanço Castro, como a proteína brasileira é desenvolvida a partir de células humanas, o tratamento deve superar efeitos colaterais enfrentados com os produtos atuais. “As proteínas recombinantes [sintéticas] que têm hoje no mercado são todas feitas em linhagens murinas, são células de ramster. O que acontece é que essas proteínas são um pouquinho diferente das que seriam produzidas nativamente pela gente. Então, os pacientes desenvolvem anticorpos contra essa proteína e o tratamento vai ficando menos efetivo”, diz.
Outro resultado dos 15 anos de trabalho da equipe de pesquisa do Hemocentro é a possibilidade de oferecer um produto mais barato. “Ainda é um tratamento caríssimo. É uma das proteínas mais caras que o governo importa”, diz Viginia. Segundo o hemocentro, o governo brasileiro gastou R$ 522 milhões de janeiro de 2011 a março de 2013 com a importação do fator VIII.
“A gente vem com a proposta de um fator VIII melhor e com uma tecnologia brasileira para tentar fazer um produto mais barato”, destaca a pesquisadora. Para ser comercializado, o fator VIII desenvolvido pelo Hemocentro precisa agora de uma empresa que o produza em escala.
Os pesquisadores continuam trabalhando para desenvolver outros derivados sintéticos do sangue. O Hemocentro fez há duas semanas a requisição de patente do fator VII recombinante. “Ele também é um fator de coagulação que pode ser usado para os pacientes hemofílicos A e B, que não respondem mais aos tratamentos com os fatores VIII ou XIX. É um tratamento alternativo. Só tem uma empresa que o produz no mundo. Então, ele é importado e bem caro”, diz Virginia.
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