O crime brutal contra a menina Rachel mudou a rotina de muitas famílias onte, Quem mandava o filho ou neto sozinho para a escola antes, agora está pensando duas vezes. É o caso da costureira Mariana Athaydes, 59 anos, que tem a neta, de 11 anos, matriculada na 5ª série do Instituto de Educação do Paraná, mesmo colégio em que a garota estudava. "Não tenho mais confiança de mandá-la sozinha", conta.

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Desde quarta-feira, a menina não está indo à escola, porque a família não sabe que atitude tomar. Segundo Mariana, os pais trabalham e ela não pode, seguidamente, sair nos horários de entrada e saída. "Quando posso, levo e busco para que saibam que ela tem um responsável por ela", diz.

A família mora no bairro Uberaba e a avó confessa que tem medo de matricular a neta em uma escola próxima, por causa de histórias de drogas e violência na região. A tentativa de contratar uma van particular falhou, porque a família não achou nenhuma empresa que faça o trajeto do bairro até o Centro. Enquanto não acham uma solução, o jeito é orientar a menina para não falar e nem ir com estranhos e monitorar os passos dela, via celular.

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Achar uma van para alguns bairros não é realmente fácil. O site da Urbs disponibiliza o contato de 26 motoristas de vans escolares particulares que atendem a Vila Guaíra, onde Rachel morava. Dos 10 que a reportagem entrou em contato, nenhum atende a região central. Em média, se houvesse o atendimento entre o bairro-centro o custo seria em torno de R$ 150.

Para outra avó, Maria dos Anjos Pereira, 59 anos, a rotina de levar e buscar o neto, de 9 anos, é uma preocupação. Nos últimos três anos, Maria dos Anjos espera os portões da escola abrirem e se despede do garoto dentro do prédio. "Morro de medo que aconteça algo ao meu menino", fala. Adir Berse, 43 anos, também é da mesma opinião. Pai de uma menina de 7 anos, estudante da 1ª série, ele se diz abalado com a história. "É preciso redobrar os cuidados". Para ele, falta policiamento no local.

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Para o diretor-geral do IEP, Frederico Mello, é preciso haver a conscientização de pais e responsáveis de que a escola não tem a obrigação de se responsabilizar pelo aluno fora do horário de aula. Os pais são avisados sobre os horário de entrada e saída – e portanto não teriam razão em reclamar que as portas não ficam abertas quando eles chegam mais cedo ou saem mais tarde.

Para o diretor, está claro que nestes momentos de espera é preciso que o aluno esteja na companhia de um responsável. "Não se pode jogar a responsabilidade que é deles (pais) para outras pessoas. A escola tem outra função", diz. Quanto ao atendimento de policiais, ele lembra que a escola é atendida pela Patrulha Escolar e, no caso de qualquer problema, o módulo da PM na Praça Osório presta atendimento. (AP)

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