A 3ª Vara da Fazenda Pública do Estado do Paraná decidiu nesta segunda-feira (30) que o estado deverá indenizar em R$ 500 mil reais os pais do estudante Rafael Zanella, morto em 1997 por políciais militares. A informação foi dada pelo advogado de defesa da família Zanella, Julio Militão.
De acordo com o advogado, Marcos Ostrowski Valduga e Odair Ferreira da Silva, amigos que estavam com Rafael durante a trágica operação, também receberam o direito a indenizações, no valor de R$ 100 mil cada. A decisão, em primeira instância, segue agora para o Tribunal de Justiça do Paraná. O Governo ainda poderá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
"Foi uma vitória muito importante. Em média, os valores indenizatórios das outras ações deste tipo têm sido bem menores", comemora Militão. Ainda segundo o advogado, a decisão deverá ser divulgada amanhã pelo Diário Oficial.
Elizabetha Zanella, mãe de Rafael, ainda estava surpresa ao comentar a notícia no início da noite desta segunda-feira. Mesmo sem ainda ter conversado com seu marido, Zanella considerou que a decisão ajudará mais uma vez confirmar a inocência de seu filho, que na época foi acusado de tráfico de drogas. "Não tem valores que pagariam o que a gente passou. A morte de meu filho não tem preço. O valor é simbólico e serve mais como exemplo para evitar que mais alguém morra injustamente", comentou.
A reportagem procurou o Procurador Geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, para comentar o resultado da ação. Porém, o procurador ainda não havia sido informado da decisão e preferiu não comentar o caso.
Caso Rafael Zanella
Em 28 de maio de 1997 o estudante Rafael Rodrigo Zanella foi morto no bairro Santa Felicidade. Na época o caso gerou muita polêmica. Policiais do 12.º Distrito Policial abordaram Rafael e mais três amigos. Os policiais alegaram resistência à prisão e deram um tiro na cabeça do estudante. No carro teriam sido encontradas uma arma e certa quantidade de drogas.
Uma análise da perícia, porém, mostrou que toda a cena do crime foi montada pelos policiais para justificar a morte acidental de Rafael. O tiro teria sido disparado por um informante da polícia que estava junto com os oficiais. Os outros três integrantes do carro foram torturados e coagidos pela polícia para que mentissem em seus depoimentos.
Em agosto de 2005, o Tribunal de Júri de Curitiba, por seis votos a um, absolveu os ex-policiais Airton Adonski e Reinaldo Siduovski, acusados de matar o estudante Rafael Zanella. O Júri considerou que os dois estavam distantes da cena do crime. Almiro Beni Schimit, apontado como o autor dos disparos que mataram o estudante, foi condenado a 21 anos de prisão.
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