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O número de bebês infectados pelo vírus HIV pela própria mãe durante a gestação, parto ou amamentação, na chamada transmissão vertical, caiu pela metade no Brasil desde 1996, segundo dados do Ministério da Saúde. A redução é motivo de comemoração hoje, no Dia Mundial de Combate à Aids.

A escriturária Doraci Ruetiger, 37 anos, portadora do HIV há cerca de dez anos e mãe de três filhos, é um exemplo dessa estatística positiva. Quando engravidou pela primeira e segunda vez, há dez e seis anos, respectivamente, ela não sabia que tinha o vírus e seus filhos acabaram contaminados. Porém, na última gravidez, há dois anos, Doraci descobriu que estava infectada. Mesmo afetada pela notícia, ela pôde garantir um tratamento adequado para que seu bebê não fosse mais uma vítima da doença. "Se tivesse outro filho, hoje, cuidaria muito para que ele não se contaminasse", conta.

De acordo com o presidente da Sociedade Paranaense de Infectologia, Alceu Fontana Pacheco Júnior, vitórias como essa se devem aos fato de que a transmissão vertical "permite uma intervenção mais efetiva da saúde pública, com acompanhamento médico e medicação". Segundo ele, o combate à aids em outros grupos depende do comportamento de cada pessoa.

Queda

Um boletim epidemiológico divulgado no início desta semana pelo ministro da Saúde, Agenor Álvares, em Brasília, mostra a redução de casos de transmissão vertical de HIV. A publicação, baseada nas notificações registradas nos serviços de saúde pública e privada em todo o país, apontou uma redução de 51,5% no número de casos de bebês contaminados pela transmissão vertical, entre 1996 e 2005. Em 96 haviam sido registrados 1.091 casos. No ano passado, 530 casos. Em 2006, de janeiro a junho, foram notificados 109 casos nessa categoria.

O Paraná segue a tendência nacional. O primeiro caso de transmissão vertical registrado no estado data de 1987. No período de 1987 até 1998, o número de casos cresceu paulatinamente, chegando-se a registrar 83 bebês infectados por transmissão vertical em 98. Desde então, a estatística começou a cair. No ano passado, o Paraná registrou 25 casos.

Curitiba, precursora do Programa Mãe Curitibana, é um exemplo para o resto do país. De 2000 a 2005 foram registrados 759 casos de gestantes portadoras de HIV. Nesse período, elas deram à luz 626 bebês, sendo que 33 estavam infectados pelo vírus – apenas 5% de transmissão vertical. Ou seja, 593 nasceram saudáveis. De acordo com a literatura médica, se nenhum cuidado fosse tomado, o índice de transmissão seria de 30%. "Tivemos anos em que conseguimos zerar a transmissão vertical", comemora a coordenadora do Programa DST/

Aids da Secretaria Municipal de Saúde, Mariana Thomaz.

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