Alerta
Mais gente vai morrer, diz Mercadante
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, disse que mais pessoas poderão morrer no verão do próximo ano por causa de deslizamentos de terra provocados pelas fortes chuvas da estação, como aconteceu na região serrana do Rio de Janeiro em janeiro deste ano. O ministro participou ontem de audiência pública na Comissão de Ciência do Senado. "Morrerão pessoas neste verão e nos próximos. Nós não vamos ter um sistema capaz de impedir vítimas. O que nós estamos fazendo é diminuir o impacto dos extremos climáticos que estão se agravando", disse ele ao expor o trabalho do governo na criação de um sistema de alerta para antecipar o risco de chuvas e desmoronamentos. "Não há como [retirar] entre duas e seis horas uma comunidade, uma favela inteira, um bairro inteiro, que não tem tradição, não tem mobilidade, não tem estrutura para fazer isso", apontou.
Um mapeamento inédito feito pelo governo federal encontrou 178,5 mil pessoas residentes em áreas classificadas como de risco alto ou muito alto de serem atingidas por desabamentos ou enchentes em 28 municípios brasileiros. O estudo foi divulgado ontem em evento do Ministério da Integração Nacional para a divulgação da estratégia da Defesa Civil para os períodos das chuvas.
No Paraná, foram apontados quatro municípios prioritários: Antonina, Rio Branco do Sul, São José dos Pinhais e Almirante Tamandaré. O Rio de Janeiro tem o maior número de municípios nessa condição (12), seguido de Santa Catarina e São Paulo (ambos com 11).
O levantamento foi feito pelo Serviço Geológico do Brasil e os municípios mapeados são das regiões Sul e Sudeste. Segundo os dados, naquelas 28 cidades que já apresentam recorrência de desastres e ocorrências de mortalidade devido a catástrofes existem 43.625 moradias localizadas em setores qualificados como de risco alto ou muito alto. "Com o mapeamento há a possibilidade de saber que áreas podem desmoronar quando tiver ocorrência de chuvas e pode fazer um alerta e deslocar a população", diz o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho.
Segundo ele, outros 28 municípios considerados prioritários serão mapeados até o início do ano. Até 2014, a meta do governo federal é identificar as áreas de risco em 251 cidades.
Investimento
O secretário nacional de Defesa Civil, Humberto Viana, afirma ser necessário criar uma cultura de prevenção a desastres. "Cada R$ 1 investido em prevenção equivale a R$ 7 que seriam gastos em resgate", observa. Viana destaca que além do mapeamento, há abrigos preparados para receber as pessoas localizadas em áreas de risco no caso da iminência de desastres.
O ministro da Integração afirmou ainda que nos próximos dias deverá ser assinada pela presidente Dilma Rousseff uma medida provisória destinando R$ 48 milhões às Forças Armadas para a aquisição de equipamentos para auxiliar a Defesa Civil na resposta a catástrofes. De acordo com Bezerra, o ministério investiu neste ano R$ 271 milhões em prevenção e R$ 700 milhões na reconstrução de áreas devastadas.
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