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crise na educação

Pais temem que filhos percam ano letivo

Ângela e a filha Eduarda, em frente do Colégio em que ela  estuda, na CIC. Ela cobra diálogo entre governo e professores para pôr fim à greve. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Ângela e a filha Eduarda, em frente do Colégio em que ela estuda, na CIC. Ela cobra diálogo entre governo e professores para pôr fim à greve. (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

Em meio à indefinição sobre o retorno das aulas na rede pública de ensino do Paraná, mães e pais de alunos ficam na dúvida sobre como será o ano letivo dos filhos, que começou com duas paralisações praticamente seguidas dos professores. Três mães ouvidas pela reportagem reclamam de como o conteúdo será reposto e que uma resposta precisa ser dada aos estudantes. Elas acreditam que falta diálogo entre as partes envolvidas na greve.

Somados os dois períodos de paralisação, já são 40 dias sem aulas, o que preocupa a diarista Ângela Aparecida de Oliveira, 36 anos. A filha Eduarda, 10 anos, está no 6.° ano do ensino fundamental. Para a diarista, a maior dúvida está em como o estado vai repor as aulas.

“Se eles ficarem estudando nas férias e no fim de semana, tudo bem. Mas não é bom que eles tenham que terminar o ano de 2015 em 2016”, comenta. A diarista não é contra a greve, mas acha que falta diálogo tanto por parte do estado quanto dos professores para resolver a situação. “Os professores merecem receber bem e ter seus direitos, mas as crianças já estão há muito tempo paradas.”

Terceiro ano

Para estudantes do terceiro ano do ensino médio a situação é mais preocupante. Os alunos dependem do estudo e da conclusão do ano letivo antes do fim de 2015 para se preparar para os vestibulares e para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que geralmente é aplicado em novembro.

A comerciante Suzana Noemi da Silva, 39 anos, mãe da estudante Camila, 17 anos, que está no último ano do ensino médio, diz não concordar com as atitudes do governo perante os professores, mas acha que falta boa vontade dos dois lados (estado e sindicato) para ceder, resolver o problema e garantir a volta às aulas. “Quando minha filha vai voltar a estudar? Ela vai prestar vestibular no fim do ano, mas não estamos com muitas esperanças. Sem aula, ela não vai conseguir terminar o ano”, reclama.

Manifesto

Professora e proprietária de uma escola particular Ana Paula Machuca Marcon, 40 anos, tem uma filha, Giovana, 16 anos, no ensino médio de escola pública. Ela entregou um manifesto à Seed na qual, junto com outros 15 pais, diz ser contra a continuidade da greve, em virtude dos problemas causados aos alunos. “Isso os prejudica tanto em aprendizagem quanto em motivação. Não estamos interessados em questões políticas, nós queremos aula”, diz.

Ela pede que o governo entre com ação na Justiça para a continuidade das aulas. O Executivo já fez isso e obteve uma liminar no último dia 24. Os professores recorreram e ainda não há nova decisão.

Na quarta-feira (6), segundo o sindicato dos professores, a APP-Sindicato, a greve afetou pelos menos 85% das escolas do Paraná. Até o fechamento desta edição, a Secretaria de Estado de Educação (Seed), por sua vez, não havia informado o balanço oficial da paralisação.

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