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Rio de Janeiro – A população brasileira está envelhecendo, mas a fecundidade vai se concentrar nas mulheres mais jovens, revela a pesquisa do IBGE. Em 2005, as mulheres de 15 a 19 anos representavam 18,5% da fecundidade. Segundo o estudo, em 2015, esse patamar subirá para 23,3%. Em 2030, mais de 95% da fecundidade estará concentrada em mulheres de 15 a 34 anos.

Vários fatores interferem na decisão de ter filhos mais cedo, como grau de instrução e participação no mercado de trabalho, explica o IBGE.

De 2000 a 2030, a idade média da fecundidade cairá em quase três anos no Ceará, em São Paulo e no Rio Grande do Sul. No Brasil, cairá de 2,89 filhos por mulher em 1991 para 1,59 filho em 2030. No mesmo período, a idade média da fecundidade cairá de 26,78 anos para 23,70.

"No Brasil, as mulheres que têm seus filhos precocemente possuem pouca escolaridade ou já não freqüentam escola, estão em famílias com baixos rendimentos, não exercem e também não estão em busca de qualquer atividade produtiva e se declararam como pardas ou pretas nos Censos Demográficos de 1991 e 2000", afirma a pesquisa.

No Nordeste, os estados do Maranhão e do Piauí passarão por um rejuvenescimento da fecundidade em torno de 1,6 ano de 2000 a 2030. Na Região Norte, somente o Amapá passará por um processo continuado de rejuvenescimento.

A projeção do IBGE mostra que o Brasil vai chegar a 2030 ainda sob o peso da desigualdade. Segundo o instituto, os próximos 25 anos serão insuficientes para a diminuição a patamares mínimos das disparidades regionais encontradas hoje nas taxas de mortalidade infantil e de expectativa de vida.

"A manutenção das taxas de fecundidade entre mulheres mais jovens contribui para que as desigualdades não sejam superadas", diz o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes.

Embora apontem para uma melhoria da taxa de mortalidade infantil (abaixo de 1 ano), os dados mostram que a evolução manterá a distância entre os estados. O que revela que o Brasil vai ficar praticamente parado no tempo em termos de desigualdade.

Já na comparação internacional, é possível que a situação seja ainda pior, e o Brasil seja ultrapassado por mais países. Atualmente, Chile, Cuba e Porto Rico têm taxas em torno de 10 óbitos ou menos em mil crianças nascidas vivas, desempenho que será atingido pelo Brasil só em 2030. E, mesmo assim, apenas no Sudeste, Sul e nos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul.

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