São Paulo – O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, afirmou que a "economia do país está no céu", enquanto ele está mais para o lado do "inferno" de Dante. Ele usou seu cargo de ministro para justificar o silêncio em relação ao episódio envolvendo o caseiro Francenildo Costa, que desmentiu o ministro na CPI dos Bingos. "Não posso como ministro debater qualquer acusação baixa, não posso fazer um debate com estes temas que estão sendo colocados", afirmou ele.

CARREGANDO :)

O caseiro disse ter visto Palocci na casa alugada em Brasília pelos ex-assessores de Ribeirão Preto. A CPI suspeita que a casa era usada para fechamento de negociatas e festas com prostitutas. Em vez de discutir a crise, Palocci disse que iria "buscar serenidade para este cenário de conflitos políticos".

"Porque acima de nós estão as instituições e não podemos nos perder em conflitos intermináveis."

Publicidade

Palocci afirmou a empresários que a economia permanecerá estável até o término do governo Luiz Inácio Lula da Silva. "Não vou misturar o Ministério da Fazenda com assuntos pessoais. Estou bastante otimista que mesmo com a eleição não haverá conturbações econômicas. Não só a economia, mas o presidente Lula está vigilante. Essa é a garantia de que o Brasil não sofrerá com este ano eleitoral."

As afirmações foram feitas durante discurso na posse do novo Conselho Administrativo da Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo. "É verdade que a política está cobrando seu preço, mas não pensem que isso vai abalar os pilares da economia. Neste momento, as forças políticas estão em confronto, às vezes chega a um nível de exacerbação. Não atribuo a nenhum partido, mas há pessoas que não têm limites, não têm respeito", afirmou.

O ministro disse também que governo e oposição cometeram erros. "Nesse período, todos cometeram erros. Eu errei, o governo errou, os outros (partidos) erraram." No entanto, ele salientou que não se pode tornar o caso como algo sem fim.

"Se não conseguirmos equilibrar este processo político, podemos ter problemas, não na economia, mas em outros níveis", disse e completou: "Os fundamentos, os instrumentos e o apoio do presidente Lula estão completamente assegurados para a estabilidade da economia".