Uma pane nos equipamentos que gerenciam as frequências de rádio-comunicação dos Aeroportos de Congonhas, na zona sul de São Paulo, e de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, provocou a suspensão de dezenas de pousos e decolagens por 15 minutos na noite de sexta-feira (5).
Ao menos 40 voos nos dois aeroportos atrasaram ou tiveram de ser desviados para outros locais, segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e a Gru Airport, administradora de Cumbica. O Comando da Aeronáutica confirmou que os sistemas falharam às 20h45, momento em que um sistema de radiofrequência alternativa foi ativado. A falha atrapalhou a troca de informações entre os pilotos e os controladores de voo dos aeródromos. Segundo a Aeronáutica, às 21 horas a comunicação já havia sido restabelecida.
Os problemas nas frequências de rádios obrigaram os aviões prestes a pousar a permanecer no ar, dando voltas. Outros tiveram suas rotas desviadas para outras cidades. Já as aeronaves em solo tiveram de aguardar para levantar voo. Apesar de a anomalia nos sistemas ter durado apenas 15 minutos, foi o suficiente para os atrasos repercutirem até depois de restabelecidas as conexões.
Em Congonhas, havia sete voos atrasados às 23 horas, duas horas após a pane. O aeroporto fechou o dia com um total de 50 decolagens atrasadas - a maioria à noite. Já em Cumbica, 17 voos saíram ou chegaram depois do horário previsto entre as 20 horas e as 22 horas. Mas, entre as 23 horas e a 0 hora, 21 partidas estavam atrasadas.
Apesar da chuva que caiu na região metropolitana, o órgão descartou que a falha tivesse relação com o clima. Os ventos em Congonhas chegaram a 70 quilômetros por hora no fim da tarde, informou o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), da Prefeitura. Até a 0h30, no entanto, não havia pistas do que poderia ter causado a pane.
Caos aéreo
Durante o caos aéreo que afetou o Brasil entre 2006 e 2007, ao menos três panes afetaram os voos no país. Em dezembro de 2006, uma falha nos equipamentos de rádio do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego (Cindacta-1), responsável pelas áreas de Brasília, Rio, São Paulo e Cuiabá, provocou uma total suspensão dos pousos e decolagens nos aeroportos de Brasília por duas horas. Em março do ano seguinte, uma falha no sistema de informática do mesmo centro, que durou sete minutos, causou atrasos e cancelamento nos Aeroportos de São Paulo e Brasília. Em junho do mesmo ano, outra pane no Cindacta-1 atingiu a região. Voos de Brasília saíram com espaçamento de 20 minutos e, no Rio, operações ficaram suspensas por mais de meia hora por causa da falha.
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