Pane no Cindacta 2 volta a atrapalhar passageiros

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São Paulo e Curitiba – Uma nova falha técnica causou ontem uma pane de duas horas no sistema usado por controladores de vôo em Curitiba, no Cindacta 2, entre 7h30 e 9h30. A Aeronáutica não quis comentar as causas do problema e apenas divulgou uma nota acrescentando que "o sistema de tratamento de planos de vôo teve de ser reinicializado por volta das 10h40". O Cindacta 2, responsável pelo controle do espaço aéreo no Sul do país, também se negou a dar outros esclarecimentos.

De acordo com a Aeronáutica, o fato, somado ao grande volume de tráfego aéreo e à operação de apenas uma pista no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, contribuiu para os atrasos dos vôos nacionais ontem. Segundo a Infraero, a quantidade de vôos com atrasos superiores a uma hora, da zero hora até às 18h40, ficou em 8,8%. Dos 1.411 vôos programados, 124 foram afetados pelos atrasos. No Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, a porcentagem de atrasos de mais de uma hora foi de 12,7%, 15 das 118 operações programadas entre pousos e decolagens entre 8 h e 18 h.

A interrupção causou transtornos a passageiros principalmente pela manhã. Tatiana Pereira, de 21 anos, teve de esperar quase três horas, das 11h45 às 14h35, para embarcar no Afonso Pena com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. Ela quase perdeu a ponte aérea para a Alemanha, onde fará uma operação nos olhos. "É uma falta de respeito", desabafou o pai, o representante comercial Leomar Pereira, de 41 anos.

Reincidência

Esta não é a primeira vez que o Cindacta 2 apresenta problemas técnicos. Controladores de vôo, que não quiseram se identificar, confirmam que os problemas são antigos. Entre os últimos casos conhecidos está a pane no sistema de transmissão de dados dos radares para a tela dos computadores, no último dia 19 de outubro, que obrigou o órgão a adotar apenas o contato radiofônico entre os controladores de vôo e os pilotos. O problema prejudicou passageiros de 146 vôos, alguns com atrasos de quase quatro horas.

Um mês depois, durante uma forte chuva, uma árvore caiu sobre a rede de fibra ótica. Algumas freqüências ficaram indisponíveis por um período.

No dia 11 de dezembro houve queda de energia no Cindacta 2, por volta do meio-dia, que durou uma hora.

Mais recentemente, no dia 12 de janeiro, apareceu novo defeito no sistema de radiofreqüência. Duas paralisações de comunicação foram registradas durante o dia, num total de duas horas fora do ar, provocando atraso em 63 das 196 operações de pouso e decolagem realizadas no dia.