A agenda do papa Francisco no Rio, divulgada ontem pelo Vaticano, atende ao pedido do pontífice para ter contato direto com os pobres e jovens vulneráveis à violência e às drogas. Além dos compromissos oficiais da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que ocorre entre 23 e 28 de julho, Francisco terá um encontro com cinco menores infratores recolhidos a instituições do Estado; visitará uma favela pacificada, mas fora do eixo turístico da zona sul, e ouvirá depoimentos de dependentes químicos. Ele chegará à capital fluminense às 16 horas de 22 de julho e voltará a Roma às 19 horas de 28 de julho. Em 24 de julho pela manhã, visitará Aparecida (SP).
"Além dos Atos Centrais da Jornada a acolhida, a via-sacra, a vigília e a missa de envio , haverá atividades que ele escolheu a dedo, inclusive a visita a uma favela e a um trabalho de recuperação de dependentes químicos, dentro de uma rede maior de atendimento", disse o arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, à Rádio Vaticano. "Haverá um olhar especial para jovens que estão privados de liberdade, um encontro simbólico que mostra a presença da Igreja junto a esses jovens", acrescentou dom Orani, também presidente do Comitê Organizador Local da Jornada.
Os menores infratores serão escolhidos por uma comissão da Arquidiocese e terão autorização da Vara de Infância e Juventude para ir ao Palácio São Joaquim, a residência oficial do arcebispo do Rio.
No Hospital de São Francisco de Assis, na Tijuca, Francisco vai inaugurar, às 18h30 de 24 de julho, o Polo de Atenção Integrada da Saúde Mental (PAI), apontado pela Igreja como um dos principais legados da Jornada. Além de se encontrar com os pacientes em tratamento, o papa se reunirá com profissionais que trabalham na recuperação de dependentes químicos.
Em vez de favelas acostumadas a receber muitos turistas, como Vidigal, Dona Marta, Chapéu Mangueira e Cantagalo, Francisco escolheu uma comunidade que tem Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), mas ainda está longe dos avanços sociais que devem acompanhar o processo de pacificação. A Favela de Varginha faz parte do Complexo de Manguinhos, aonde o sucessor de São Pedro na chefia da Igreja Católica deverá chegar num carro fechado e andará a pé por cerca de cem metros.
EventosPontífice também vai se encontrar com políticos e desportistas
Além da agenda de proximidade com os excluídos, Francisco cumprirá o roteiro oficial da Jornada, com dois eventos na Praia de Copacabana (a cerimônia de acolhida, em 25 de julho, e a via-crúcis, no dia seguinte) e outros dois em Guaratiba (a vigília com os jovens, dia 27, e a missa de encerramento, às 10 horas do dia 28). Terá ainda compromissos com políticos, personalidades do esporte e empresários patrocinadores da JMJ. Questionado sobre a possibilidade de mudanças no roteiro do pontífice romano, o arcebispo do Rio respondeu: "O papa pode tudo, pode resolver sair da agenda." O papamóvel será usado em pelo menos três ocasiões. Em 23 de julho, não estão previstos compromissos oficiais. Segundo dom Orani, Francisco vai tirar o dia para descansar.