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Pesquisa

Para 72% dos brasileiros, consumo recreativo da maconha deve continuar proibido

Pesquisa Datafolha mostra que 76% da população concordam com a liberação do uso de medicamentos a base de cannabis, mas 72% são contra o uso recreativo. (Foto: Matthew Brodeur/Unsplash)

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Uma pesquisa do Datafolha divulgada neste sábado (23) revelou que 72% dos brasileiros se opõem à legalização do consumo recreativo de maconha no país. Essa nova pesquisa indica uma mudança expressiva em comparação com os resultados de 2018 apurados pelo instituto, quando 66% dos entrevistados preferiam que o uso de maconha continuasse proibido. O levantamento mais novo envolveu 2.016 participantes maiores de 16 anos, entrevistados nos dias 12 e 13 de setembro em 139 municípios, com uma margem de erro de dois pontos percentuais.

Por outro lado, a pesquisa mostrou que a legalização do uso medicinal da maconha recebe amplo apoio dos entrevistados, com 76% a favor, enquanto 22% se mostram contrários. Há também 1% de entrevistados indiferentes e 2% sem opinião (a soma dos percentuais varia devido a arredondamentos).

Embora só 1% da população afirme estar tomando medicamentos à base de cannabis e 2% já tenham usado no passado, notável é o fato de que 85% declaram ter algum conhecimento sobre o tema. Nesse contexto, 67% dos entrevistados defendem a autorização do cultivo de cannabis para a produção de remédios, proibido por lei.

O Datafolha também questionou os entrevistados sobre a descriminalização da posse de pequenas quantidades de maconha, considerando que o Supremo Tribunal Federal (STF) está atualmente avaliando a questão. De acordo com a pesquisa, 61% dos entrevistados acreditam que a legislação não deve ser alterada, mantendo a proibição do consumo e porte sem critério quantitativo. Só 36% dos entrevistados apoiam a mudança na legislação.

Até o momento, o julgamento no STF conta com cinco dos 11 ministros a favor da liberação, após ter sido interrompido há um mês. O avanço da votação forçou o Congresso a buscar alternativas para preservar a vigência da legislação atual.

Os números contemplam ainda divisões ideológicas entre os entrevistados. Dos que declararam ter votado no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 45% são a favor da descriminalização da posse, enquanto apenas 23% dos eleitores de Jair Bolsonaro (PL) apoiam essa medida. No entanto, em ambos os casos, a maioria é contrária à descriminalização, com 52% dos eleitores de Lula e 75% dos eleitores de Bolsonaro se opondo à mudança na lei.

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