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Para 84%, Comunidade Escola reduz violência

Crianças em atividade do Comunidade Escola no Caic da Vila Sabará | Walter Alves/ Gazeta do Povo
Crianças em atividade do Comunidade Escola no Caic da Vila Sabará (Foto: Walter Alves/ Gazeta do Povo)

Oito entre dez moradores das 2.192 regiões de Curitiba atendidas pelo Comunidade Escola consideram que a violência diminuiu após o início do projeto, há seis anos. É o que aponta uma pesquisa com cerca de 2 mil pessoas. O levantamento foi realizado em 2010, mas dados preliminares de outro em andamento indicam que essa percepção se mantém em patamar similar, de 84%. Os dados são da Central de Relacionamento Municipal da prefeitura municipal de CuritibaA maior redução foi observada nos casos de ataques de vândalos contra as escolas que participam do projeto. Segundo os moradores, os episódios de violência no entorno dos colégios também caíram.

Para o coordenador do Co­­mu­­nidade Escola, Luciano Martins de Oliveira, isso é resultado do maior envolvimento da população com as instituições que participam do programa. "No início, algumas diretoras ficaram preocupadas em abrir as portas. Mas, na medida em que a própria comunidade começou a conhecer o programa, ela passou a cuidar e assim os casos de depredação diminuíram."

O Comunidade Escola existe desde 2005 e hoje atende a 92 estabelecimentos na cidade. A meta para 2012 é aumentar esse número para 100. As atividades do programa funcionam aos sábados e domingos, entre 9 e 17 horas. Algumas escolas têm horários alternativos durante a semana, com cursos de geração de renda. "A finalidade é que a escola se torne um centro irradiador de vida dentro do bairro", afirma Luciano.

Para que o programa atenda a toda a comunidade, não sendo restrita à participação dos alunos das escolas e seus familiares, são trabalhados três princípios básicos: a educação integral, que é desenvolver atividades socioeducativas que promovam a convivência; a construção do capital social, cuja função é criar redes em bairros de ocupação recente, onde as pessoas ainda não se conheçam; por último, o incentivo à cultura de paz e não violência.

Nesses seis anos de existência, foram atendidas perto de 10 milhões de pessoas, um quinto delas neste ano. "Durante a semana, avisamos aos alunos e fixamos cartazes em pontos de referência da comunidade apresentando a programação do fim de semana. Para os cursos de geração de renda, avisamos com antecedência e as vagas logo são preenchidas", diz Luciano.

Geração de renda

Um dos eixos que mais aproxima a comunidade do programa é o de geração de renda. No início, a Fundação de Ação Social (FAS) usava a abertura das escolas nos fins de semana para oferecer seus cursos. Percebendo a alta adesão a essas atividades, há três anos o programa passou a ofertá-las. Para isso, pesquisas foram feitas com a população para entender o perfil de cada região e adequar as aulas de acordo com a comunidade local.

Neste ano foram oferecidos 38 cursos gratuitos distribuídos em cinco áreas: artesanato, informática, idiomas, prestação de serviços e gastronomia. "To­­dos recebem material didático ou de trabalho gratuitamente, e os participantes ganham uma certificação", diz Luciano. Fo­­ram 15 mil vagas ofertadas em 2001, com 72% de alunos concluintes.

Para que não haja evasão, os cursos têm entre 20 e 30 horas de duração, em geral nos fins de semana. O público-alvo é formado por pessoas acima dos 16 anos, mas experiências feitas ao longo deste ano mostraram que adolescentes de 14 anos já podem ingressar nos cursos de informática e idiomas, na área de educação. Os voluntários que dão aulas podem expor seus trabalhos nas feiras especiais que a prefeitura organiza durante o ano e uma vaga rotativa na feira do Largo da Ordem. "É uma forma de agradecer a ajuda e apoio dessas pessoas", conclui Luciano.

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