Brasília – O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, admitiu ontem que a Polícia Federal pode não descobrir a origem do R$ 1,7 milhão que seria usado para compra de um dossiê contra políticos tucanos. O ministro disse que a PF já fez o fundamental, que é desvendar toda a cadeia causal do crime e apontar os autores, mas frisou que não é fácil descobrir a origem dos recursos porque era dinheiro em espécie e não houve confissão.

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"A Polícia Federal está fazendo um trabalho minucioso. Eu conheço detalhes dessa operação de investigação, e eu acredito que ela vai chegar a uma solução, mas pode não chegar também. Isso faz parte da vida. Não são todas as operações que dão certo e, no fundamental, essa aqui já deu certo", disse o ministro.

Bastos atribuiu as críticas ao trabalho da PF na operação que desvendou a tentativa de compra do dossiê a motivações eleitorais "daqueles que tentavam reverter uma situação que já lhes parecia desfavorável". Segundo ele, a PF agiu com transparência e só o fato de ter impedido a concretização da compra do dossiê já seria uma prova da lisura dos policiais.

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Bastos lembrou que a PF prendeu a pessoa que levava o dossiê de Cuiabá e os petistas que estavam com o dinheiro em São Paulo. Segundo ele, em menos de um mês a PF identificou os envolvidos na negociação, apontando a participação de cada um. O ministro disse ainda que a maioria das ações da PF demora mais de um ano porque são planejadas e demandam um trabalho minucioso, como o que está sendo feito agora para descobrir a origem do dinheiro.

"Já se descobriram os autores, já se descobriu quem fez, como fez, quando fez e onde fez. Agora, a origem do dinheiro talvez não se consiga descobrir. Nós estamos torcendo, a Polícia Federal se sente muito emulada, estimulada, desafiada a descobrir a origem do dinheiro, mas era dinheiro vivo, era dinheiro em mala, era uma parte em dólar e uma parte em real, e isso às vezes não se consegue descobrir. O ideal seria que tivesse havido uma confissão que desse uma pista. Não houve essa confissão, de modo que esse trabalho tem que ser mais lento."