Brasília (AG) Para tentar proteger o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, o presidente Lula e o PT declararam ontem guerra à CPI dos Bingos, controlada pela oposição, ao recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) e conseguir uma liminar que interrompeu o depoimento do caseiro Francenildo Santos Costa, pivô das denúncias que ameaçam a permanência de Palocci no cargo.
O caseiro não tinha completado sequer uma hora de depoimento tempo suficiente, porém, para dizer que confirma "até morrer" ter visto Palocci na casa alugada pela chamada República de Ribeirão Preto em Brasília quando saiu a decisão do STF.
Num clima antecipado da disputa eleitoral, um dia depois de pesquisa do Ibope apontar o crescimento das intenções de voto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a decisão de recorrer ao STF foi tomada pelo próprio Lula, em reunião da qual também participou Palocci.
À noite, em solenidade pública, o presidente Lula disse que Palocci continua no cargo.
"Presidente, o ministro sai?", perguntou um repórter.
"Fica."
"Ele pediu demissão?"
"Não", respondeu Lula.
O mandado de segurança foi impetrado pelo senador Tião Viana (PT-AC) e pedia, além da interrupção do depoimento do caseiro, que a CPI fosse proibida de investigar outros escândalos, como o assassinato de prefeitos do PT; o pagamento da dívida de Lula com o partido, feito pelo presidente do Sebrae, Paulo Okamotto; e a prática de caixa 2 em administrações petistas.
A decisão, do ministro do STF Cezar Peluso, determinou apenas a suspensão do depoimento de ontem. Os demais pedidos, segundo o ministro, serão analisados pelo plenário do STF quando o mérito for julgado.
Quando a decisão do ministro chegou "a CPI, no entanto, Nildo já havia reafirmado que vira Palocci por pelo menos dez vezes na casa alugada em Brasília por seus ex-assessores na prefeitura de Ribeirão Preto. As informações contradizem Palocci, que nega ter ido ao imóvel.