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Curitiba ainda fica devendo quando o assunto é acessibilidade – principalmente para cidades catarinenses como Joinville e Blumenau, que têm calçadas com pistas táteis para deficientes. Mas não é só o ambiente que torna a cidade "menos acessível". Na opinião de deficientes visuais, há um agravante que torna a cidade ainda pior: a falta de educação do curitibano.

"O motorista curitibano não tem noção. Não sabe respeitar ninguém", afirma o massagista Luciano Marcos Nareta Sentone, 33 anos. "O maior problema é a falta de educação. Hoje ando com um cão guia, é impossível que o motorista não me veja. Mas ninguém dá importância. Quando aparece um motorista educado, sempre surge um ignorante atrás, buzinando."

Sentone já se acidentou andando nas ruas. "Ja me bati em placas, já caí em buraco sem proteção", recorda. "É arriscado andar nas ruas, por causa das calçadas e dos galhos de árvores. Mas o maior problema é o trânsito. Tem que atravessar a rua contando com a sorte, rezando para chegar ao outro lado."

Revoltado, o deficiente visual Valdemar Honnicke, 56 anos, pensa até em mudar de cidade. Todos os dias, ele toca sanfona na Praça Rui Barbosa, no Centro da cidade, em busca de uns trocados. "A preferência ao deficiente só existe no papel. Andar na cidade é difícil e a dificuldade é o povo: se bobear, jogam minha bengala longe e passam por cima", critica. "Se pudesse, ia embora sem olhar para trás. Aqui, a educação é zero." (JML)

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