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Buscando evitar protestos como os que ocorreram nesta quinta (8) em São Paulo, a presidente Dilma Rousseff decidiu incluir em sua passagem por Curitiba, nesta sexta (9), um encontro com lideranças do Movimento Popular por Moradia (MPM) para discutir a construção de moradias populares. Em sua passagem pela capital paranaense, Dilma vai inaugurar a reforma do estádio Arena da Baixada e formalizar a liberação de recursos para o metrô e outros projetos de mobilidade.

Movimentação nacional contra os altos investimentos ligados à Copa aconteceram durante todo o dia de hoje. Em Curitiba, pela manhã, cerca de 800 pessoas interditaram a BR-376, na CIC, em protesto por melhores condições de moradia. O movimento foi chamado de "Copa sem povo, tô na rua de novo" pela organização, o MPM.

Em São Paulo, depois de quatro frentes de protestos durante a visita da presidente ao Estádio do Itaquerão, que vai sediar a abertura da Copa do Mundo, Dilma topou se reunir com representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Ela se comprometeu a se comprometeu a estudar a situação da invasão do terreno e a possibilidade de transformá-lo em moradia popular.

Na visita à Curitiba, Dilma vai formalizar o investimento de R$ 5,2 milhões para o metrô, a conclusão da Linha Verde, a ampliação da linha do Inter II e a ampliação da capacidade e velocidade dos ônibus do sistema BRT. O anúncio será no Centro de Eventos do Cietep, no Jardim Botânico, às 14h30. Em seguida a presidente irá inaugurar a Arena da Baixada, por volta das 16h30.

Haverá bloqueio na Av. Getúlio Vargas, entre a ruas Coronel Dulcídio e Buenos Aires, no Água Verde, por 15 minutos antes da chegada de Dilma à Arena por medida de segurança. A Setran recomenda aos motoristas transitarem pelas Avenida Silva Jardim ou pela Rua Brasílio Itiberê, nas imediações, para evitar transtornos.

Protesto em Curitiba

O ato começou às 10 horas e durou até pouco antes das 11h30. Os manifestantes protestaram contra despejos em vilas da região, além de pedirem a regularização fundiária de casas com pendências e mudanças no programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida. O trânsito no local teve filas e transtornos durante o ato, conforme informações repassadas pela Polícia Rodoviária Federal.

O protesto surtiu efeito e hoje às 9 h a Assessoria da Presidência da República vai receber os coordenadores locais do para discutir a construção de moradias populares na ocupação Nova Primavera. "Essa é a primeira ação do projeto Minha Casa, Minha Vida em Curitiba, mas está demorando", conta Fernando Pena, um dos coordenadores do Movimento Popular por Moradia (MPM). Ao todo, deveriam ser construídos 22 prédios de quatro andares, totalizando 253 unidades na ocupação.

Paulo Roberto Silva, outro coordenador do MPM em Curitiba diz que o protesto ocorreu na altura da Vila Sabará, região histórica de atuação dos movimentos de luta por moradia da capital. Nas redondezas, segundo ele, há diversas áreas de ocupação que sofrem com problemas como ameaça de despejo e falta de regularização de títulos. "O que é interessante dessa vez é que conseguimos a unidade dos movimentos de moradia, porque, às vezes, uma vila com alguma ameaça pega e faz um ato pontual. Hoje temos aqui quatro vilas."

Nas contas do MPM, os moradores das vilas Esperança, Nova Conquista, Eldorado e Harmonia levaram mais de 500 pessoas ao ato, que teve início às 10 horas. O grupo gritava palavras de ordem que pediam agilidade da modalidade "entidades", do Minha Casa Minha Vida. Por esse instrumento, famílias organizadas por meio de cooperativas habitacionais, associações e outras entidades sem fins lucrativos, podem ter acesso a financiamentos. Também estão na lista de reivindicações dos manifestantes a regularização fundiária e um projeto de aluguel social.

A proposta básica de um aluguel social é que algumas famílias com baixa renda possam receber auxílio com recursos públicos para poderem ter acesso a moradias enquanto aguardam na fila da habitação popular. Há outras discussões, no entanto, que abrangem outros benefícios ou ônus aos participantes de programas como esse.

Outro lado

De acordo com a Cohab, as áreas citadas pelos manifestantes estão em processo de regularização, mas não é algo que ocorre rapidamente. A área pertence à empresa Curitiba S/A, que foi criada à época da implementação da Cidade Industrial de Curitiba. É necessário que sejam resolvidas pendências da documentação de áreas desapropriadas para que então possa ser feita a transferência das propriedades da Curitiba S/A para a Cohab. Apenas depois disso é que a companhia terá condições de repassar os terrenos oficialmente às famílias.

O Ministério das Cidades respondeu às reivindicações sobre o Minha Casa Minha Vida afirmando que o ritmo de contratação depende da apresentação de propostas pelas entidades organizadoras para o agente financeiro, neste caso a Caixa Econômica Federal, e dos e dos municípios aprovarem o projeto.

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