A ex-reitora da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Lygia Puppato (PT), atual secretária de Ciência, Ensino e Tecnologia do Paraná, negou responsabilidade direta sobre a publicação do livro "UEL: Tempo de Luz 2002-2006" – um relatório de prestação de contas da gestão dela e do ex-vice-reitor Eduardo Di Mauro (atual reitor). O material está sob investigação da Promotoria de Patrimônio Público e também é alvo de uma auditoria interna na UEL. Di Mauro já havia se manifestado sobre o assunto, dizendo que não concordou com a publicação, já que considerava-a "desnecessária".

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A apuração do MP e da UEL visa a esclarecer se o gasto de R$ 11 mil com terceirizações de serviços jornalísticos, gráficos e de impressão do livro obedeceram à lei de licitações e se houve promoção pessoal. Segundo as justificativas anexadas às notas fiscais e de empenho orçamentário, a Coordenadoria de Comunicação da UEL avaliou que o relatório, escrito na forma poética, deveria ser entregue antes do fim da gestão e que a contratação de serviços privados de jornalista, diagramador, capista e de impressão era urgente.

Em nota e em entrevista, Lygia considerou as investigações como fato político: "A tentativa de alguns de atingir um governo que se apresenta como forte concorrente à direção do estado do Paraná talvez explique as difamações dirigidas contra minha pessoa. Discussões como essa, em clima de palanque eleitoral, podem privilegiar o alcance de objetivos pessoais, mas, com certeza, só tendem a prejudicar a UEL", afirmou a secretária na nota.

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"Não se trata de encontrar culpados. O administrador tem que prestar contas do que faz", afirmou. Embora defenda a publicação, a ex-reitora frisou que não estava mais à frente da reitoria quando o livro saiu. Lygia defendeu a contratação de serviços terceirizados, "porque os jornalistas da UEL são superatarefados com o cotidiano". "Quem não está lá dentro não tem a dimensão do acúmulo de trabalho diário. Coloca-se a terceirização como se nunca tivesse sido feita pontualmente". Perguntada sobre a obrigação do relatório ser divulgado exatamente junto com o fim da gestão dela, que transmitiu o cargo 70 dias antes do término a Di Mauro, Lygia respondeu que o documento "tinha que ser feito por quem estava nessa administração". De acordo com a secretária, não houve promoção pessoal com o livro: "Não houve nada disso. Das 54 fotos, estou em apenas quatro e sempre acompanhada. Foi simplesmente um registro da gestão".