O confronto ocorrido na quinta-feira (30), em Cascavel, no Oeste do Paraná, entre sem-terra e ruralistas, é um sinal de que a questão agrária está no limite. A opinião é de Tarcísio Barbosa, diretor da Comissão Técnica para Assuntos Fundiários da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep). Barbosa considera que a conjuntura atual é a principal causa de revolta e insegurança entre os fazendeiros paranaenses.

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O tumulto é visto como um sinal do que pode vir a acontecer no próximo ano, uma vez que o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) promete aumentar a pressão contra o governo federal para a implementação da reforma agrária no país.

De acordo com o MST, são cerca de 8,5 mil famílias acampadas no Paraná, sendo que, desse total, 2,5 mil moram em acampamentos no na Região Oeste. Já o levantamento da Faep indica 85 fazendas ocupadas, todas com ordem de reintegração de posse expedida pela Justiça.

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Para o o diretor da Faep, a situação é decorrente da falta de firmeza do estado em cumprir as reintegrações de posse. Os fazendeiros também devem se mobilizar cada vez mais para cobrar o direito de propriedade e o cumprimento das ordens judiciais. Barbosa, no entanto, condenou qualquer iniciativa por parte dos ruralistas que pretenda recuperar a posse por conta própria.

O superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Paraná, Celso Lisboa Lacerda, considerou o confronto de de quinta-feira um retrocesso para a reforma agrária.

Feridos

Pelos menos quatro sem-terra fizeram exames de lesões corporais no Instituto Médico Legal (IML) em Cascavel. Tanto a Sociedade Rural do Oeste quanto o MST registraram queixa na Polícia Civil para apurar as agressões. O confronto resultou em pelo menos nove pessoas feridas – seis sem-terra e três fazendeiros –, todas sem gravidade.