O exame de confronto balístico feito pelos peritos do Instituto de Criminalística (IC) foi considerado uma das principais provas materiais da investigação realizada pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) sobre a suposta execução de Ricardo Geffer, ocorrida no dia 28 de abril do ano passado, em Rio Branco do Sul. Na terça-feira (27), o delegado Rubens Recalcatti, sete investigadores e Mauro Sidnei do Rosário, foram denunciados por homicídio triplamente qualificado contra Geffer, fraude processual e abuso de autoridade pelos promotores do Gaeco e pela promotoria de Rio Branco do Sul, cidade natural do caso.
Segundo o Ministério Público (MP), os projéteis encontrados no local onde a execução supostamente ocorreu são da mesma arma, uma pistola ponto 40 preta com cano prateado, número de série SYK 52933, entregue pelos policiais como a que foi usada por Geffer para disparar contra eles.
Na avaliação dos promotores que assinam a denúncia, essa arma indicada pelos policiais não foi disparada por Geffer, mas sim por um dos acusados. Ela estaria na mão de Mauro Sidnei do Rosário. Essa informação foi confirmada por testemunhas no procedimento investigatório do caso. Por isso, segundo o MP, não faz sentido a pistola ter estado na posse de Geffer, conforme indicaram os policiais, e os projéteis que saíram dela serem encontrados cravados no chão, exatamente onde teria ocorrido a suposta execução.
De acordo com o laudo, três projéteis localizados na cena do crime combinam perfeitamente com a pistola calibre ponto 40 preta com o cano prateado. A perícia de local feita pelos peritos do IC, divulgada em outubro do ano passado, encontrou os projéteis cravados no solo do terreno onde Geffer foi morto. Na época, o Gaeco já acreditava que era um indício forte sobre a execução da suposta vítima.
“Os Estojos Motivo Pericial A, B e E procedem de cartuchos percutidos e deflagrados na pistola semiautomática marca Taurus, número de série SYK 52933, calibre nominal 40S&W (FIG 3)”, explicou o texto do IC. Outros dois projéteis analisados correspondem a uma arma de calibre 38. No final de outubro de 2015, a Divisão de Crimes contra o Patrimônio (DCCP), unidade que era chefiada por Recalcatti na época do caso denunciado, encaminhou 17 armas de vários calibres para perícia à pedido do MP.
Balas analisadas não passaram pelo corpo de Geffer, afirma defesa de Recalcatti
O advogado de defesa dos policiais do delegado Rubens Recalcatti e dos sete investigadores acusados, Cláudio Dalledone Júnior, afirmou que não há material biológico nos projéteis, o que indicaria que as balas não teriam passado pelo corpo de Ricardo Geffer, suposta vítima de execução.
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