Discutidos há mais de uma década, os projetos do metrô de Curitiba já consumiram mais de R$ 11 milhões em estudos e o novo edital com as correções sugeridas pelo Tribunal de Contas do Paraná está prometido para daqui três meses. Mas o início da obra dentro da gestão Gustavo Fruet esbarrou em um impasse financeiro de difícil solução. A prefeitura ainda não sabe quem pagará a conta da desatualização orçamentária imposta pela inflação. E o governo federal já avisou que não dará mais do que R$ 1,8 bilhão reservado para o projeto, cujo orçamento atual é de R$ 4,691 bilhões.
O prazo de 90 dias para lançamento do novo edital foi mencionado pelo secretário municipal do Planejamento durante uma sessão realizada na Câmara de Vereadores no último dia 10. O antigo foi suspenso pelo TCE exatamente um ano atrás. Em dezembro passado, os conselheiros acabaram liberando a licitação desde que a prefeitura seguisse três recomendações no novo edital: definir mais claramente o objeto de investimento da Parceria Público-Privada; expedir diretrizes para o licenciamento ambiental por órgão competente; e apresentar uma Pesquisa Origem-Destino válida.
Apesar do imbróglio e de ainda não haver um novo edital de licitação, nenhum outro prefeito chegou tão próximo da realização da concorrência para construção do metrô em Curitiba.
Perguntas e Respostas sobre o Metrô de Curitiba
Porque o contrato não foi assinado em 2014, como prometido por Gustavo Fruet?
Na antevéspera da abertura dos envelopes, o TCE suspendeu o edital de licitação alegando ter encontrado irregularidades no texto. Ele só foi liberado em dezembro daquele ano.
Qual o atual cenário para o projeto?
A prefeitura espera apresentar o novo edital em até 90 dias. Mas ainda não divulgou quem pagará a conta dos R$ 463 milhões referentes à desatualização causada pela inflação
Quanto já foi gasto em projetos do metrô de Curitiba ? Se a obra não sair, esse dinheiro pode ser recuperado?
Foram gastos mais de R$ 11 milhões em projetos desde a gestão Cássio Taniguchi. Levando em consideração o projeto atual (gestões Ducci e Fret), foram R$ 2,8 milhões. Esse valor não é recuperável.
Qual o melhor modelo de metrô para o eixo norte-sul da cidade? Superfície ou subterrâneo?
No atual projeto, 2,2 Km de extensão serão em elevados e o restante (15,4 km) será subterrâneo. O projeto da gestão Ducci também era subterrâneo, mas as escavações seriam mais rasas e próximas à superfície. Esse projeto custaria R$ 2,3 bilhões. A gestão Fruet entendeu que a obra deve ser no modelo Shield, cuja escavação se dá por uma tuneladora. O custo desse modelo é maior, mas o tempo de obra e o impacto na vida da cidade são menores
Os estudos geológicos do solo sustentam o modelo escolhido pela atual gestão?
Segundo a prefeitura, os estudos efetuados até o momento são contundentes para a opção da escavação com tuneladora. Mas a licitante vencedora do certame terá a obrigação de fazer nova campanha de sondagens e entregar os resultados ao município, antes de produzir o Projeto Básico.
Qual a atual demanda do eixo norte-sul e quanto o metrô deve transportar no início da operação?
A capacidade atual do BRT nesse eixo é de 9 mil lugares/hora no sentido norte e de 18 mil lugares/hora no sentido sul. O metrô pretende transportar 40 mil lugares/hora já no seu terceiro ano de operação.
Mas vale a pena?
Para o executivo municipal, os números atuais da demanda e suas projeções confirmam o traçado escolhido. A prefeitura entende que o metrô fará com que a demanda por transporte público na região dobre entre 2018 e 2048 – chegando a 560 mil passageiros por dia.
Investir no BRT, aumentando sua capacidade, não seria suficiente?
O chamado metrô pesado, que é o caso do projeto curitibano, pode transportar até 80 mil pessoas/hora dependo da quantidade de carros. Fabricantes garantem que o BRT pode chegar até 50 mil pessoas/hora, o que atenderia a demanda inicial projetada para o metrô. Mas poderia se esgotar daqui algumas décadas. Entretanto, o custo do metrô por quilômetro é estimado entre R$ 100 milhões e R$ 500 mi, enquanto do BRT não ultrapassa 15 milhões
A prefeitura está contratando uma pesquisa origem-destino. Ela poderá mudar o destino do metrô?
Não. A pesquisa origem-destino trará uma visão global dos deslocamentos na cidade de Curitiba. Essa informação complementar ajudará a otimizar os estudos a respeito das linhas alimentadoras em relação à linha do Metrô
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora