O diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Marco Antônio Desgualdo, afirmou nesta sexta-feira (11) que a polícia trabalha com a possibilidade de que mais de um criminoso tenha participado da morte da advogada Mércia Nakashima, de 28 anos. O corpo dela foi localizado nesta manhã na represa de Nazaré Paulista, a 90 km de São Paulo. Mércia desapareceu no dia 23 de maio em Guarulhos, na Grande São Paulo.

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A hipótese de mais de um criminoso é sustentada pela distância entre o local onde a advogada desapareceu, em Guarulhos, e a represa. "Quem veio aqui conhecia a região", disse Desgualdo. O local é ermo e está longe da cidade de Nazaré Paulista, sendo improvável que uma pessoa caminhasse tal distância.

O perito do DHPP Renato Pattoli, responsável pela investigação no carro da advogada Mércia Nakashima, afirmou nesta sexta-feira (11) que, aparentemente, o veículo foi empurrado na represa. Os bombeiros localizaram o automóvel nesta quinta-feira (10) dentro da água.

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O especialista teve acesso ao veículo e notou que, sob o carro, não havia riscos ou outros danos visíveis. "Sendo assim, não houve velocidade. Logo, ele [carro] não foi solto", afirmou Pattoli, explicando que o automóvel não desceu em velocidade pelo barranco. Ele disse, no entanto, que uma pessoa sozinha conseguiria empurrar o carro até a represa.

O perito também afirmou que o corpo da advogada estava em avançado estado de decomposição e, em primeira análise, não tinha sinais de violência. "Certamente, está há vários dias na água", disse. O perito contou que ainda não é possível saber se Mércia estava dentro do automóvel quando ele foi jogado na água.

Uma análise mais detalhada do veículo começará a ser feita nesta sexta-feira (11). Segundo Pattoli, assim que o automóvel secar será possível procurar mais evidências. "Iremos procurar substâncias químicas, pelos e cordas. Acho difícil encontrar digitais ou sangue pelo tempo que o veículo ficou na água", afirmou.

Mércia estava desaparecida desde 23 de maio, quando foi vista pela última vez em Guarulhos. As buscas na represa começaram após uma denúncia feita à família. O corpo foi encontrado com a ajuda de um pescador que viu o cadáver boiando na outra margem da represa, perto de onde os bombeiros localizaram o carro de Mércia. "Eu vi o corpo boiando e gritei para os bombeiros, que o resgataram", contou ao G1 o pescador Roberto Yamauchy, 47 anos, que ajuda nas buscas desde quinta-feira.

O pai da advogada, Macoto Nakashima, que acompanhava as buscas, afirmou ao G1 que a roupa - uma malha roxa, calça jeans e tênis branco - era a mesma usada pela advogada no dia que desapareceu em Guarulhos, na Grande São Paulo. "É a roupa que ela usava", disse o pai. "Não há mais nada a fazer. Agora é esperar por justiça", disse Macoto. Irmão de Mércia, Márcio Nakashima chegou ao local por volta das 10h. Ao ver o cadáver, ele reconheceu a irmã, apesar do estado de decomposição. O jovem se ajoelhou na grama e chorou.

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