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| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Quando o assunto é o transporte coletivo de Curitiba, não é só o aumento da tarifa de R$ 3,70 para R$ 4,25 que deve inflar neste ano as discussões sobre o sistema na capital. Outras mudanças em estudo pela Urbs prometem gerar bastante discussão. O pacote de medidas pode resultar em implicações como o fechamento de postos de trabalho e a redução da validade das passagens adquiridas com bastante antecedência pelos usuários. A maioria das ações visa reduzir os custos do sistema.

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Validade da passagem

A Urbs já sinalizou que vai buscar apoio da Câmara de Vereadores para reduzir o tempo de validade da passagem adquirida pelo consumidor. Em 2015, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado entre a Urbs e o Ministério Público, estabeleceu que validade de cinco anos para os créditos.

Na época, a medida visava proteger o poder de compra do usuário. O TAC permite que o passageiro percorra o mesmo número de viagens que eram possíveis quando os créditos foram comprados, dentro do período de cinco anos.

Segundo a Urbs, por causa disso, há passageiro circulando com passagem que custou R$ 2,20, quase metade dos atuais R$ 4,25, mas a empresa que gerencia o transporte repassa atualmente R$ 3,6653. Um projeto de lei deve ser enviado à Câmara para tentar mudar isso.

Recadastramento da gratuidade

A Urbs também estuda o recadastramento dos beneficiários da gratuidade da passagem. Hoje, cerca de 238,4 mil pessoas estão cadastradas para usufruir do benefício. Isso inclui idosos, pessoas com deficiência e acompanhantes – quando comprovada a impossibilidade de deslocamento sozinhos, aposentados por invalidez, oficiais de justiça, policiais e guardas municipais, militares, carteiros e operadores do sistema, além de estudantes que pagam tarifa reduzida.

Essa gratuidade representa cerca de 14% nos custos tarifários, ainda segundo a Urbs, e 3.018.306 usos por mês.

A empresa da prefeitura, conforme a assessoria de imprensa, ainda não tem data definida para começar o recadastramento e ainda não definiu como deve funcionar. No entanto, já se sabe que a ação vai fazer com que cartões que poderiam estar sendo usados indevidamente – no caso dos que pertencem, por exemplo, a idosos que faleceram ou pessoas que já concluíram os estudos mas estão cadastradas como estudantes, sejam tirados de circulação.

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Redução de cobradores

Os cobradores também estão no alvo da Urbs em relação à meta de reduzir gastos no sistema. O presidente da empresa, José Antônio Andreguetto, afirmou na Câmara, nesta quarta-feira (15), que cortar o número de profissionais na ativa segue em análise pela prefeitura. Isso pode ocorrer tanto por demissões como por alocação de função.

Como hoje uma lei municipal de 2001 exige a presença de cobradores em terminais, estações-tubo e ônibus da capital, o município vai buscar apoio dos vereadores para reverter isso. Não há, contudo, definição do percentual dessa redução e nem data para que isso ocorra.

Dos R$ 4,25 pagos pelo usuário – 54% da tarifa referem-se aos gastos com pessoal. Os dados foram divulgados pelo prefeito Rafael Greca (PMN).

O Sindimoc, que representa a categoria, promete lutar contra a medida e fala até em convocação de greve.

Licitação da bilhetagem eletrônica

Em tempos de crise, essa pode ser a medida que mais leve tempo para ocorrer. Segundo a assessoria de imprensa da Urbs, o contrato com a empresa que prestava serviços relacionados ao software do sistema de bilhetagem eletrônica, a Dataprom, venceu no ano passado. A prefeitura segue usando o sistema, sem firmar aditivos com a empresa.

Essa situação, conforme a Urbs, não inviabiliza os serviços do transporte. No entanto, uma nova licitação deve ser feita mais adiante para incorporar novos avanços tecnológicos ao sistema.

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