Pela segunda vez no intervalo de uma semana, Renan Calheiros (PMDB-AL) operou contra os interesses do governo no Senado. Depois de dar uma força para que os "franciscanos" de seu partido derrubassem a Secretaria de Longo Prazo, o presidente ontem comandou a obstrução das votações em plenário, quando a própria oposição concordara em votar. O clima azedo na sessão matinal da Comissão de Constituição e Justiça, na qual foi aprovada a proposta de afastar de cargos na Mesa senadores que enfrentam processos de cassação, e o veto do PT a um peemedebista para o cargo de relator da CPI das ONGs levaram Renan a retirar sua tropa do plenário.

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Linha de tiro – Há quem tema pela sorte de Ideli Salvatti. Constrangida pela CPI das ONGs, que investigará aliados seus em Santa Catarina, a líder da bancada petista poderá ser a primeira vítima da troca de chumbo entre PT e PMDB no Senado. Arado – Com o clima conflagrado, a medida provisória da TV pública, que em breve chegará ao Senado, inspira cuidados. Tereza Cruvinel, presidente da nova emissora, esteve ontem na Casa para conversar com parlamentares. Também quero – No jantar de Lula com líderes da base aliada na noite de anteontem, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT), que preside a Força, pediu que as centrais sindicais tenham assento no conselho da TV pública. Insuficiente – Aposta de quem acompanhou de perto, ontem, as preliminares do Supremo no julgamento sobre fidelidade partidária: os votos pela cassação dos deputados que mudaram de legenda devem sair de Marco Aurélio Mello, Carlos Britto, Celso de Mello e Cezar Peluso. Placebo – Entre as justificativas dadas pelo presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para convocar sessão na segunda-feira que vem está a perda de um dia de trabalho por causa do feriado da sexta seguinte. "Como se algum deputado ficasse aqui no final da semana", ironizou Júlio Delgado (PSB-MG). Mercado futuro – Ainda sem conseguir emprego no governo Lula, Robson Tuma garantiu legenda para a eleição do ano que vem filiando-se ao PTB, mesmo rumo a ser seguido por seu pai, Romeu Tuma (DEM). O ex-deputado federal tentará uma vaga de vereador em São Paulo.

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Lembra? – Alguns dos adjetivos empregados contra Lula dois anos atrás, no auge da crise do mensalão, pelo ex-secretário-geral do PSDB Eduardo Paes, recém-convertido ao PMDB governista: "demagogo", "autoritário", "populista" e "psicótico". Fim – O assessor presidencial Marco Aurélio Garcia desistiu definitivamente da candidatura à presidência do PT. Na Câmara, 38 dos 81 deputados do partido assinaram um manifesto de apoio à reeleição do colega Ricardo Berzoini. On the road – Minado pela unificação do ex-Campo Majoritário em torno de Berzoini, o também deputado Jilmar Tatto, apoiado por três correntes menores, correrá o país para promover sua candidatura. No sábado, participará de plenárias no Maranhão. Pelos dedos – A ida de Patrícia Saboya para o PDT ameaça minar a base de apoio da prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), que tentará a reeleição em 2008. Seu vice, Carlos Veneranda, acaba de repetir o caminho da senadora: abandonou o PSB rumo às fileiras pedetistas. Não deu – Os movimentos sociais não atingirão a meta de 7 milhões de adesões no plebiscito que organizaram sobre a reestatização da Vale do Rio Doce. A "apuração" acaba na segunda, com previsão de 3,7 milhões votantes.

TIROTEIO

* Do senador Valter Pereira (PMDB-MS), que havia sido indicado relator da CPI das ONGs, revoltado com a objeção feita pelo PT à sua escolha; o novo relator será Inácio Arruda (PC do B-CE).

– O grande líder do PMDB, que se chama Luiz Inácio Lula da Silva, mandou vetar o meu nome.