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Paranaense no Supremo?

Para vaga no STF, Fachin tem apoios internacionais

Fachin: TSE não poderia ter tomado iniciativa. | Wenderson Araujo
Fachin: TSE não poderia ter tomado iniciativa. (Foto: Wenderson Araujo)

A pouco mais de uma semana do primeiro turno das eleições, cresce a expectativa em torno da indicação do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que vai ocupar a vaga do ministro Eros Grau, aposentado no início de agosto. Isso porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem segurando a escolha do novo componente do STF para depois das eleições – e as pesquisas apontam que a eleição presidencial pode se definir já no primeiro turno. Entre os nomes cotados, ga­­­­nha cada vez mais apoio da classe acadêmico-jurídica o do advogado Luiz Ed­­­son Fachin, professor da Univer­­­sidade Federal do Paraná (UFPR). Enviadas aos e-mails de ministros próximos ao presidente Lula, as manifestações de apoio a Fachin têm origem em todo o Brasil e até no exterior. Em uma dessas men­sa­­­­gens, escreveu o sociólogo Fran­­­­çois Houtart, professor da Uni­­­versidade de Lou­vain, na Bél­gi­­ca: "Principalmente pela sen­­­si­bi­lidade social, apoio a no­­me­­­­ação do prof. Luiz Edson Fachin para o Supremo Tribunal Federal".Como Houtart, o jurista Frie­­drich Müller, professor da Uni­­versidade de Heidelberg, na Alemanha, também destaca a "percepção de justiça social" de Fachin como um de seus principais diferenciais. "Seria de um significado todo especial a indicação do prof. Luiz Edson Fachin para o STF e para a colaboração que seria dada ao Direito Constitucional em seu país. Com certeza, o Supremo Tribunal Federal ganharia um ministro de grande dignidade: com elevada qualificação científica, internacionalmente reconhecido e admirado; um homem que trabalha em conjunto e sério em seus compromissos. Enfim, um cidadão com bom senso e tolerância, além de honesto e íntegro", declarou o jurista alemão, em e-mail encaminhado recentemente a Gilberto Carvalho, ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República.

Müller é estudioso do Poder Judiciário brasileiro – no início do governo Lula esteve no Brasil, a convite do Ministério da Justiça, para contribuir com a Reforma do Judiciário. Amigo de Eros Grau, o jurista alemão considera que Fachin é o nome perfeito para substituí-lo. "A indicação do Prof. Dr. Luiz Edson Fachin à sucessão de Eros Grau representa uma solução ideal para o preenchimento desta vaga", afirmou.

Outro amigo internacional de Grau que manifestou apoio ao nome de Fachin foi o jurista António José Avelãs Nunes, professor catedrático jubilado da Faculdade de Direito de Coimbra, em Portugal. "Nada seria para mim mais grato do que ver Luiz Edson Fachin ocupar a vaga de Eros Grau como ministro do STF", escreveu em outra mensagem endereçada ao chefe do gabinete de Lula. Segundo Ave­­­lãs Nunes, Fachin é "um jurista de qualidades excepcionais", respeitado na co­­mu­­­­­­nidade jurídica internacional. "Estou sinceramente convicto de que a nomeação do prof. Luiz Edson Fachin para o cargo de mi­­nis­­­tro do Supremo Tribunal Fede­ral constituiria um bom serviço pres­­tado à causa da Justiça no Bra­sil e acrescentaria prestígio ao elevado prestígio deste Alto Tribunal", completou o jurista português.

Concorrentes

Apesar de todo o apoio, não apenas da comunidade acadêmico-jurídica, mas também da classe política paranaense, Fachin encara uma disputa dificílima pelo STF. Como das outras vezes em que foi cotado para um posto de ministro da corte, o professor da UFPR enfrenta concorrentes muita influência em Brasília. Da última vez, no ano passado, perdeu a vaga para José Antônio Dias Tofolli, então advogado-geral da União. E novamente, a pedra no sapato de Fachin pode vir da AGU: especula-se que Luís Inácio Adams, atual advogado-geral da União, tem ganhado força na disputa.

Outro nome forte – e considerado por muitos o favorito – é o do ministro Cesar Asfor Rocha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Também estão cotados outros ministros do STJ, como Teori Zavascki e Luiz Fux – este último, responsável pelo anteprojeto do novo Código de Pro­­­cesso Civil. Além deles, também são ventilados os nomes dos advogados Luis Roberto Barroso (constitucionalista) e Arnaldo Malheiros (criminalista). Diante da concorrência, Fachin avalia suas chances com serenidade e realismo: "Confio nas lideranças do meu estado do Paraná e na fraterna amizade que fez frutificar, espontaneamente, manifestações de Sul a Norte do país. Contudo, vejo com muito realismo a distância existente entre a terra e o céu".

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