Com gritos e cartazes, ativistas da causa LGBT protestam contra o governo Michel Temer (PMDB) neste domingo (29), na 20.ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo. O ato ocorre na Avenida Paulista, na região central, e foi marcado para as 10h, mas cerca de uma hora depois os participantes ainda estão chegando. Eles gritam “Fora Temer” e “Volta Dilma”. Erguendo um cartaz de “Fora Temer”, a ativista Phamela Godoy diz que, em duas semanas de governo interino, houve recuo nas conquistas LGBT. “Nós não podemos nos furtar de discutir a agenda política do país. Quando os grupos conservadores avançam, os direitos LGBT são os primeiros a serem atacados”, disse.
Phamela cita o fim do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, além da Coordenação de Política LGBT e a redução no orçamento de políticas de prevenção da Aids. “Em um país que não respeita a democracia, não é possível discutir direitos para minorias”, afirmou.
Neste ano, a edição da Parada terá como principal bandeira a aprovação da Lei de Identidade de Gênero para travestis e transexuais. Serão 17 trios voltados para o tema. A organização estima que 2 milhões de pessoas participem do evento, que vai terminar com um show no Vale do Anhangabaú.
Para o presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo, Fernando Quaresma, transexuais são vítimas de “crimes com requintes de crueldade” e excluídos por não poderem usar oficialmente sues nomes sociais. “Ajuda a evitar vários problemas, como evasão escolar, falta de absorção no mercado de trabalho e problemas com a familia”, disse.
“Nós queremos dar visibilidade ao segmento ‘T’. Não só em São Paulo, em grandes centros, mas principalmente no interior sofre muito com ‘LGBTfobia’, com o preconceito e a vida à margem da sociedade”, afirmou.
Quase mas também destacou a Parada como espaço para discussões políticas e afirmou que “não adianta ter uma estrutura que não é voltada para o povo”. “Nós lutamos todos os dias pelos nossos direitos. As pessoas preconceituosas, que tem a ‘LGBTfobia’ nas veias, não param de trabalhar um dia para quebrar nossos direitos.”
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