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Movimento LGBT

Parada gay já é o 2.º maior evento de rua

Conquista: travestis são chamadas pelo nome nas escolas públicas | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Conquista: travestis são chamadas pelo nome nas escolas públicas (Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo)
A estilista e Drag Queen Pâmela (à direita) vai ao evento desde a 1ª edição |

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A estilista e Drag Queen Pâmela (à direita) vai ao evento desde a 1ª edição

Cerca de 150 mil pessoas participaram ontem da Parada da Diversidade de Curitiba, no Centro Cívico. Este é o maior público desde que a iniciativa foi criada, há 13 anos. Com essa marca, a parada gay, como a mobilização é conhecida, tornou-se o segundo maior evento de rua do Paraná, perdendo apenas para a Caiobanda – trio elétrico do carnaval de Caiobá que tem um público estimado de 200 mil pessoas. Há cinco anos o número de participantes era cinco vezes menor. Este ano o lema foi "Vote contra a homofobia. Defenda a cidadania". O objetivo é promover a cidadania de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) por meio do voto e da democracia.

Hoje existem eventos semelhantes em 155 cidades do país e Curitiba é a quinta com maior público. Para o coordenador-geral da Parada da Diversidade, Márcio Marins, isso mostra que a sociedade está menos preconceituosa. "Hoje há famílias, crianças, bebês e heterossexuais conosco. É um meio de se quebrar o estigma em torno da população LGBT", explica. "Escolher bem os legisladores é parte do exercício da cidadania". A meta do movimento é garantir com que os direitos civis dessa população sejam garantidos, como a união civil.

A presidente do Grupo Dig­nidade – uma das entidades or­­ganizadoras –, Rafaelly Wiest, afirma que o maior mérito da Parada da Diversidade é levar a temática da orientação sexual para o espaço público. "É um enfrentamento direto do preconceito", diz. Ela destaca que neste ano o movimento LGBT teve um avanço significativo no Paraná quando a Secretaria de Estado da Educação passou a reconhecer o nome social dos estudantes. Assim, uma travesti pode ser chamada por seu nome feminino ao invés do que consta na certidão de nascimento. Isso ajuda a diminuir a evasão escolar. "Esperamos que os próximos governos também reconheçam nosso poder de mobilização".

Comemoração

A festa é colorida e democrática. Há desde jovens até pessoas da terceira idade. E, apesar de haver muita irreverência nas fantasias, há espaço para conscientização. A travesti Gringory Joy, 18 anos, estudante, foi fantasiada com um vestido bordado com camisinhas. "Também promovemos o sexo seguro", garante. A estilista e Drag Queen Pâmela Becker fez uma grande produção para o evento. "Venho desde a primeira edição".

As jovens Vanessa Jacinto, 19, e Camila dos Reis, 17, aproveitaram a mobilização para protestar contra o preconceito. "Ainda sofremos muita discriminação. Principalmente na rua, onde o pessoal sempre faz piadinhas", conta Camila. As duas afirmam que no início as famílias relutaram em apoiar a orientação sexual das garotas, mas depois acabaram aceitando.

Diversidade

Famílias, crianças e casais heterossexuais também participaram da mobilização. A funcionária pública Delma Almeida, 48 anos, levou os filhos e colegas para o evento. "Quero que eles vejam um mundo sem preconceito. Apoio a luta contra a homofobia". Já a empregada doméstica Miriam dos Santos, 45, entrou no ritmo da festa e trajava uma pluma cor-de-rosa. Ela também levou a família e o neto de 3 anos. "Como há muita gente que ainda discrimina, faço questão de vir e mostrar o meu apoio", explica. O evento é organizado pela As­­sociação Para­naense da Parada da Diversidade (APPAD), Grupo Dignidade, Artemis, Centro Pa­­ranaense de Cidadania (Cepac), Dom da Terra e Trans­grupo Mar­celo Prado.

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