Apesar de ter roubado público da 15.ª Parada do Orgulho LGBT, a chuva fina não arrefeceu as cerca de 800 mil pessoas, segundo cálculo dos organizadores, que ocuparam quase toda a extensão da Avenida Atlântica, em Copacabana, na tarde de ontem. Um dos mais conhecidos entre os atos do gênero do país, a parada é realizada pelo Grupo Arco-Íris, pioneiro na luta pelos direitos dos gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, e tem apoio da prefeitura do Rio e do governos do estado.
Ano após ano, a organização tenta aliar seu caráter festivo que atrai muitas famílias de Copacabana, turistas e casais heterossexuais simpatizantes com os discursos em defesa de direitos como a união civil entre pessoas do mesmo sexo e, neste ano em particular, a aprovação, no Senado, do Projeto de Lei 122, que criminaliza a homofobia. Apesar da presença de 13 caminhões que tocaram música eletrônica e do clima de "carnaval fora de época", com muita bebida alcoólica à venda, transformistas caracterizados e gente fantasiada com adereços multicoloridos, não diminui o impacto de discursos como o de Julio Moreira, presidente do Grupo Arco-Íris. "Dançar e beijar na boca é muito bom, mas não podemos esquecer de falar que a homofobia atinge a todos. A família toda é afetada, os amigos sofrem por tabela", disse.