O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, reuniu-se neste sábado, na residência presidencial, com ministros e assessores para discutir a crise gerada pela invasão de terras produtivas dos "brasiguaios", os brasileiros que vivem na região do Alto Paraná na fronteira do país com o Brasil. Os carperos, como são chamados os sem-terra paraguaios, mantinham invadidas até este sábado três propriedades rurais na zona de Ñacunday e fechavam o cerco contra outras fazendas em Santa Rosa del Monday, na mesma região. A assessoria do presidente informou que Lugo fará um pronunciamento oficial sobre os conflitos na segunda-feira.
O ministro-chefe do Gabinete Civil, Miguel López Perito, que participou do encontro, adiantou que qualquer solução virá com total respeito à legalidade. Além de Perito, estiveram na reunião com o presidente, a portas fechadas, o ministro da Agricultura, Enzo Cardoso; o procurador-geral da República, Enrico Garcia, e o assessor jurídico do presidente, Emílio Camacho. O ministro disse que a decisão da justiça, que mandou desocupar as fazendas invadidas, será cumprida. Disse ainda que o presidente vai usar todos os meios para evitar um conflito.
Mais de sete mil carperos, muitos deles armados, se concentram na região de fronteira para pressionar os brasiguaios a deixarem as terras. Eles querem que o governo faça uma revisão dos títulos de cerca de dez mil produtores rurais brasileiros que, nos últimos 40 anos, adquiriram propriedades nessa área.
Segundo as lideranças, muitas fazendas teriam sido adquiridas de forma irregular. A concentração de terras nas mãos dos brasileiros desagrada os campesinos paraguaios. Segundo eles, apenas um empresário rural brasileiro detém cerca de um milhão de hectares em vários Estados da região fronteiriça.
Em todo o país, cerca de 8 milhões de hectares estariam sob a posse de estrangeiros, sobretudo brasileiros. Os sem-terra acusam os brasiguaios de destruir o meio ambiente com a larga aplicação de defensivos e de cultivar soja transgênica. Já os brasileiros alegam que estão nas propriedades há muitos anos e investiram muito para transformar o lugar, antes uma floresta inóspita, numa fértil região agrícola. Há três dias, Lugo se reuniu com dirigentes carperos e prometeu uma saída negociada para a crise, mas pediu respeito à lei.
Durante a semana, os carperos ingressaram na Corte Internacional da Organização das Nações Unidas (ONU) com pedido de intervenção para resolver a questão agrária do Paraguai. Eles alegam que 167 mil hectares que ficam na fronteira com o Brasil foram ocupadas ilegalmente pelos brasiguaios.
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