Foz do Iguaçu Os paraguaios apertaram o cerco aos trabalhadores ilegais de Ciudad del Este, na fronteira com Foz do Iguaçu. Uma equipe de fiscais está vistoriando lojas à procura de funcionários sem registro em carteira e de estrangeiros que não moram no país, mas estão empregados no comércio, o que contraria a lei. Ontem pela manhã, quatro estabelecimentos foram fiscalizados.
A vistoria está sendo realizada por uma equipe de sete fiscais do Serviço de Migração, além de funcionários do Ministério do Trabalho, Instituto de Previdência Social e prefeitura. Taxistas paraguaios, que pressionaram as autoridades a iniciar a operação após desencadearem protestos na fronteira na semana passada contra a fiscalização da Receita Federal brasileira, acompanham o trabalho na condição de observadores. Eles disponibilizaram 50 táxis para os fiscais transitarem.
Desde quarta-feira, quando começou a operação, foram fiscalizadas oito lojas. Até ontem nenhum trabalhador ilegal havia sido identificado. O funcionário que for encontrado em situação ilegal responderá a processo na Justiça e será expulso do país. De acordo com a legislação do Paraguai, os estrangeiros só podem trabalhar nas lojas caso tenham residência fixa no país e carteira de identidade paraguaia. No entanto, segundo os fiscais, a maior parte dos brasileiros que trabalha em Ciudad del Este, mora em Foz do Iguaçu. "Pelo movimento na Ponte da Amizade há pelo menos 5 a 6 mil brasileiros que trabalham ilegalmente no Paraguai", diz o chefe do posto regional de Migrações de Ciudad del Este, Rissieri Filártiga.
Segundo Filártiga, a fiscalização começou nos arredores do microcentro, onde há lojas de autopeças, revendedoras de veículos e de produtos agropecuários. No entanto, em breve chegará ao comércio de importados, onde se suspeita que esteja a maior parte das irregularidades. Ele diz que a operação não é resultado da pressão feita pelos taxistas porque já estava prevista antes deles iniciarem os protestos.
Os comerciantes que estiverem mantendo funcionários legais serão multados e podem ser obrigados a fechar o comércio temporariamente, conforme estabelecido em uma lei municipal.
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